Uma pesquisa recentemente divulgada pela Edson Research nos Estados Unidos (EUA) revelou que o rádio FM/AM continua sendo o meio de comunicação preferido entre os jovens. Os dados demonstraram que 58% do público-alvo têm o rádio como sua escolha principal para consumo de conteúdo.
Em segundo lugar, com 26% de participação, estão os podcasts, que vêm ganhando cada vez mais espaço com sua forma envolvente e dinâmica de disponibilizar conteúdo. Completando o pódio, estão as plataformas de streaming com anúncios, que conquistaram a preferência de 17% dos jovens.
Dados do Inside Rádio 2022, estudo anual da Kantar IBOPE Media sobre o consumo de rádio no Brasil, revelaram que 83% da população brasileira ouve rádio, levando em consideração as 13 regiões pesquisadas regularmente pela empresa.
Segundo o estudo, três em cada cinco ouvintes sintonizam o rádio todos os dias, e 58% relataram consumir rádio na mesma quantidade ou mais nos seis meses anteriores à pesquisa. Em média, cada ouvinte passa cerca de 3 horas e 58 minutos ouvindo rádio diariamente.
O professor e pesquisador de Radiojornalismo da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) Américo Abreu, destacou que essa resiliência já era esperada por aqueles que se dedicam ao estudo do rádio frente aos novos modelos de mídia, como aplicativos e redes sociais.
O que pode parecer uma novidade, segundo o professor, é a liderança de preferência do público mais jovem pelo rádio, mas ele afirma que existem motivos que ajudam a explicar a "atemporalidade do veículo". Um desses motivos, considerado por Abreu como o mais importante e evidente, é a rapidez do rádio tanto na produção quanto no acesso e consumo das informações.
"Nenhum outro veículo supera o rádio em velocidade. É um veículo instantâneo. Ele fala no momento em que o fato ocorre e a informação é consumida de forma imediata, ao tempo em que é veiculada", enfatizou o professor.
A sociedade contemporânea é construída sobre a cultura do imediatismo e da pressa, onde as pessoas não querem esperar por nada. Segundo o professor, o rádio oferece exatamente isso: acesso rápido às informações. Com o avanço da tecnologia, o rádio se tornou ainda mais presente em todos os lugares, além de permitir a participação ativa do público por meio de mensagens de áudio.
"O receptor se sente integrante do veículo. O ouvinte passou a ser ouvido pela emissora", acrescentou Abreu. Além disso, o rádio se adaptou às mudanças no consumo de mídia, tornando-se acessível em qualquer lugar por meio de smartphones. A facilidade de acesso às emissoras por dispositivos Echo Dot, presentes em milhões de lares, que respondem a comandos de voz, também contribuiu para a sua popularidade.
E mais recentemente, o surgimento dos podcasts trouxe uma nova dimensão ao rádio, permitindo que os conteúdos em áudio sejam disponibilizados nas redes e acessados a qualquer momento.
"O podcast é a nossa 'orca'", afirmou o professor Américo Abreu. Ele explica que, embora muitos considerem o podcast como uma forma de rádio, devido às suas similaridades em termos de produção e informações veiculadas, o podcast é reproduzido por meio de plataformas de streaming, ficando disponível para ser acessado a qualquer momento. Portanto, o podcast não é considerado rádio de acordo com Abreu.
Essas características, juntamente com a potência comunicativa do rádio, tornam esse veículo uma escolha essencial para muita gente na era digital. A capacidade de fornecer informações em tempo real, a participação ativa do público e a acessibilidade em diversos dispositivos, como smartphones e dispositivos de assistência por voz, solidificam a posição do rádio como um meio de comunicação duradouro e relevante.
Apesar do avanço tecnológico e das mudanças nos hábitos de consumo de mídia, o rádio continua desempenhando um papel fundamental na sociedade contemporânea. “É um veículo que transcende as barreiras do tempo e da tecnologia, continuando a desempenhar um papel relevante na área da comunicação", falou.
Segundo a pesquisadora e professora de Radiojornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Livia Barroso, o que mantém o interesse e a audiência desse veículo sonoro é sua capacidade de se reinventar. Mesmo com o surgimento de outras mídias, o rádio continua sendo um meio importante e relevante no mercado da comunicação. Portanto, os hábitos relacionados ao consumo de rádio têm se modificado ao longo das décadas.
"Quando consideramos como o meio de comunicação sonoro alcança e é consumido pelo público jovem, podemos afirmar que o rádio se insere nesse público de diversas maneiras, especialmente por meio de uma produção multimídia. Ou seja, o rádio atualmente não se limita a ser apenas um aparelho que você liga para ouvir", destacou ela.
Para Livia Barroso, o rádio utiliza hoje diversas ferramentas além das ondas sonoras. Ele está presente na internet com sites, perfis em redes sociais e nas plataformas de áudio, entre outros. "Portanto, o rádio tem acompanhado de forma extraordinária as mudanças tecnológicas, o que permite que ele se aproxime dos mais variados públicos, inclusive os jovens", acrescentou.
O coordenador da Rádio Boa FM, Welligton Benário, que é referência para o público jovem no Piauí, enfatizou que o rádio desempenha um papel fundamental na vida dos jovens, oferecendo entretenimento, informação e conexão emocional. No caso da Boa FM, essa importância é ainda mais evidente, pois a rádio foi projetada especificamente para atender ao público jovem no Piauí.
"A Boa FM compreende as necessidades e os interesses únicos dos jovens. Por meio de uma seleção cuidadosa de músicas, programas interativos, conteúdos relevantes e apresentadores carismáticos, a rádio consegue estabelecer uma conexão autêntica com os ouvintes jovens", completou.