VÍDEO: Suspeita de envenenar irmãos pode buscar reparação após casa ser incendiada em Parnaíba

A Polícia Civil confirmou que não havia veneno nos cajus entregues pela mulher aos irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos.

Lucélia Maria da Conceição, de 62 anos, teve a casa incendiada após sua prisão | Reprodução/TV Meio
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Lucélia Maria da Conceição, de 62 anos, poderá buscar reparação por danos morais e materiais contra as pessoas responsáveis por incendiar e depredar sua residência. A informação foi confirmada pelo promotor de Justiça Silas Sereno Lopes, responsável por solicitar a perícia que confirmou que os cajus entregues por ela às crianças que morreram em Parnaíba não continham veneno.

A mulher pode ser solta ainda nesta segunda-feira (13), após a Vara de Parnaíba conceder liberdade provisória à Lucélia.

A PRISÃO DE LUCÉLIA

Lucélia foi presa no dia 23 de agosto de 2024 e, ao chegar à Central de Flagrantes, negou as acusações. Revoltados com a situação, vizinhos incendiaram sua casa. Alguns móveis foram retirados pelos familiares de Lucélia antes do desabamento do teto. No local, restaram dois pés de caju e um coqueiro. As imagens são de Francisco Clarin.

“A jurisprudência autoriza a reparação por danos morais e materiais em relação às pessoas processadas de forma equivocada. É importante ressaltar que a polícia e o Ministério Público estão em busca dos autores que incendiaram a casa dela no ano passado. Ela foi vítima de destruição de patrimônio por conta da acusação e pode ser reparada tanto pelo Estado quanto pelos particulares”, explicou Silas Lopes.

MORTE DE IRMÃOS

Os garotos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, faleceram vítimas de terbufós, substância presente no veneno chumbinho. A vizinha dos meninos, Lucélia Maria da Conceição Silva, foi apontada como a principal suspeita de ter cometido o crime.

O promotor justificou o motivo de ter solicitado a perícia dos cajus: “Considerando o longo lapso temporal entre as datas de arrecadação dos cajus e a realização da perícia, foi questionado se esse tempo poderia ter contribuído para o desaparecimento de vestígios, além de outras questões sobre o armazenamento adequado e a cadeia de custódia.”

A Polícia Civil afirmou que, quando Maria Lucélia foi presa, havia motivação e indícios considerados suficientes para justificar o pedido de prisão. Lucélia já tinha histórico de envolvimento em outros incidentes envolvendo envenenamento de animais e não tinha um bom relacionamento com os vizinhos.

ADMITIU USO DE VENENOS

Durante seu depoimento, ela admitiu ter aprendido com o irmão a usar veneno (chumbinho) para matar morcegos. Além disso, ela já havia jogado líquidos quentes em pessoas e presenteado vizinhos com frutas estragadas, o que reforçou as suspeitas contra ela.

Soltura da suspeita

O advogado de defesa de Lucélia Maria da Conceição, de 62 anos, Sammai Cavalcante, confirmou ao Meionews.com que a juíza da Vara de Parnaíba concedeu a liberdade provisória à suspeita de envenenar os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos.

Lucélia está presa na Penitenciária Feminina de Teresina e deve ser solta ainda nesta segunda-feira (13). A decisão ocorre após a Polícia Civil confirmar que não havia veneno nos cajus entregues pela mulher às crianças. Ela estava presa desde agosto de 2024.

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