O humorista Zé Lezin garantiu uma verdadeira terapia de risos em sua apresentação nesta sexta-feira (4), no Teatro G3 Telecom, no Centro de Convenções de Teresina. O show de humor ou stand up brasileiro como ele mesmo disse, marcou os 40 anos de carreira do artista que tem o dom de fazer o público rir e que voltou a Teresina para presentear a todos com um momento de pura diversão.
E como ele mesmo diz, muita coisa mudou nesse período. “Antes, a gente tinha o rádio, a televisão, as notícias só aconteciam no café da manhã, no almoço e na janta. E com o advento das redes sociais, as notícias são instantâneas por vários canais de comunicação. Com isso, também veio o lado nefasto, o lado dos fake news, das mentiras, e foi mudando radicalmente o tipo de humor”, justifica.
Ele conta que há muito tempo escreveu os textos e roteiros para televisão e programas de rádio, “mas hoje em dia, ficou praticamente impossível porque não tem nada de engraçado”, ressalta Zé Lezin, em entrevista exclusiva para o Meionorte.com.
Fazendo um humor criativo, misturando uma pitada de malícia em seus ‘causos’, Zé Lezin habilmente transforma piadas em divertidas narrativas, uma mais engraçada que a outra. Não faltaram histórias sobre as várias situações que muitas pessoais vivenciaram, bem como o cotidiano de muitas famílias que certamente se identificaram com o mundo moderno das redes sociais.
“Mas eu ainda consigo, depois de quarenta anos, juntar algumas pessoas para ver o meu trabalho”, pondera o humorista, afirmando que também está naquela fase de sorrir também, de brincar com as pessoas e curtir o momento. “Hoje, eu quero só fazer parte da festa”, resume Zé Lezin.
Quando o público tem aquela interação a cada história narrada, ele diz que sua carreira faz sentido: “Isso pra mim é o êxtase”, pontua, e como ele mesmo se auto intitula como um ‘contador de histórias’, faz questão de mencionar que o tipo de humor que faz, o seu intuito é justamente fazer com que as pessoas possam entrar neste universo. Quando, por exemplo, “eu falar que tinha um vaqueiro velho encostado na parede assim, com a bengala. Todo mundo tem esse vaqueiro desenhado na cabeça porque isso passa a ser um exercício mental”, diz, mencionando que o público faz uma viagem a suas raízes, “porque todo povo nordestino é matuto, mesmo os que estão nas capitais. Meu trabalho é justamente amar as pessoas e levar para onde eu criei aquele ambiente. E quando consigo isso, eu fico satisfeito e fico feliz, porque é quando há interação do povo e as pessoas se identificam com isso.”
O humorista diverte-se tanto quanto diverte o público no palco, provocando emoções e estimulando a reflexão sobre diversos e relevantes temas atuais.
A noite de risos do paraibano Zé Lezin, que subiu ao palco para fazer piadas e interagir com o público no seu mais recente espetáculo, além de compartilhar histórias e experiências marcantes de sua bem-sucedida jornada pelo país, trouxe de volta piadas que o consagraram ao longo de sua carreira, juntamente com novas criações inspiradas também pela pandemia da Covid-19. Com sua característica leveza e bom humor, ele conseguiu entreter o público com uma mistura única de risadas e reflexões.
Como tudo começou
O humorista Nairon Barreto que dá vida a Zé Lezin, deu início à sua carreira artística na Paraíba, apresentando espetáculos que gradualmente o levaram a ser apadrinhado por Chico Anysio. Sua grande oportunidade veio ao integrar o elenco da famosa Escolinha do Professor Raimundo, interpretando o personagem Zé Lezin, o que lhe proporcionou uma visibilidade nacional para o seu talentoso trabalho.
Embora mantenha o mesmo personagem, Nairon Barreto é habilidoso em renovar suas histórias e piadas a cada temporada, adaptando-se às situações da realidade e reinterpretando o arquétipo do matuto nordestino. Com maestria, ele traz uma abordagem fresca e atualizada, mantendo-se conectado com o público ao refletir as mudanças e desafios do mundo contemporâneo.
A cada show de humor, o público reconhece o talento nato deste nordestino que faz questão de enaltecer as raízes de um povo trabalhador, porém sofredor, mas que merece um momento de descontração regado a boas gargalhadas. E viva o talento de Zé Lezin!