Dois detentos sofreram tentativa de homicídio na Casa de Custódia. Foram perfurados por espetos de ferro no Pavilhão H. As celas das vítimas foram arrombadas e até o momento não se sabe o motivo do crime e nem os autores, já que houve a participação de muitos presos.
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários, isso reflete a desorganização do sistema. Incrivelmente, os presos da Casa de Custódia não ficam separados apesar de ser sabido que lá é ocupado por representantes de quadrilhas rivais.
?É um problema que vai ser recorrente enquanto não tivermos a Lei da Execução Penal cumprida. A Lei é clara, separar preso provisório de preso sentenciado, de alta periculosidade dos de baixa periculosidade, reincidente serem separados de presos primários. E o que nós temos hoje na Casa de Custódia é uma verdadeira salada, agravada pela situação da superlotação?, explica Vilobaldo Carvalho, presidente do Sinpoljuspi que ainda enfatiza o fato de que, enquanto estiverem ocorrendo esta situação serão recorrentes fatos de rebelião como esses.
Para ele, se não for resolvida a situação haverá a possibilidade até de que haja maiores conflitos, Segundo o Sinpoljuspi, essa realidade só irá mudar quando forem construídos novos presídios no Estado. O sistema penal no Piauí é alvo de outra denúncia, a de que existem regalias para presos perigosos, principalmente aqueles que pertencem ao PCC - facção criminosa que age dentro e fora de presídios do Estado de São Paulo.
Entre as regalias estaria uma comida melhor, regada a carne de sol, milho, ervilhas e azeitonas. O Sindicato dos Agentes Penitenciários afirma que essas regalias foram concedidas em outubro do ano passado pela Secretaria de Justiça.
?Na época nós nos posicionamos de forma contrária à Secretaria de Justiça ter cedido em diversos pontos, quando havia uma situação de certo controle, a polícia militar havia cercado a área e esse cessão foi equivocada. Tanto é verdade que dias depois foi interceptado um bilhete dizendo que bastava os presos se agruparem que conseguiam regalias e aí, em menos de um mês depois houve novamente um motim que dessa vez já foi controlado com procedimentos diferentes. Naquela ocasião o motim foi controlado com força, mas dentro das medidas legais e previsíveis que o Estado pode usar para conter e garantir a ordem?, finaliza.
Com informações da matéria do repórter Ricardo Moura Fé veiculada na TV MEIO NORTE.