Marcilany Rodrigues
Os moradores da Vila Andaraí, localizada na zona sudeste da capital vem sofrendo a cerca de 1 ano com a instalação de um abatedouro clandestino de animais de pequeno porte como porcos, bodes e ovelhas. Localizado próximo a um córrego e sem autorização para funcionar no local, o abatedouro é mantido sem nenhum tipo de cuidados com a higiene. Carcaças de animais mortos, vísceras, dejetos e muito sangue são escoados diretamente em um córrego trazendo fedentina e mal estar à população que reside próximo ao local.
De acordo com o aposentado Elias Rodrigues da Silva, que mora no local há 6 anos, a situação é insustentável e desde o início das atividades do abatedouro várias denúncias foram feitas junto à Vigilância Sanitária, mas nada de concreto foi realizado para solucionar o problema.
?Eles dizem que é para a população denunciar, mas já fomos na Vigilância Sanitária que veio com sua equipe aqui, o proprietário foi multado e voltou a abrir. A vigilância veio novamente inclusive com carros da polícia civil e lacrou o lugar. Desde o dia 23 de junho está determinado que ele feche esse matadouro irregular, mas nada aconteceu e continua o problema aqui da mesma maneira?, revela Elias Rodrigues da Silva.
Emocionado o aposentado conta ainda que, por conta das suas reclamações e denúncias, na última segunda feira foi até mesmo ameaçado de morte. ?Eu fui ameaçado porque não me calo e fiz a denúncia lá na vigilância sanitária. Aqui as pessoas vivem com medo, sendo coagidas e ninguém não quer nem se pronunciar. Por conta disso até registrei uma queixa no 24º distrito policial e o proprietário do abatedouro compareceu lá negando tudo?, revela temeroso Elias da Silva que se preocupa com a sua segurança e a de sua família.
Além do mal estar causado aos moradores vizinhos, o consumo de carne proveniente do abate clandestino também traz inúmeros prejuízos à saúde. No matadouro que é motivo da denúncia dos moradores da Vila Andaraí, que fica próxima ao loteamento Jardim dos Pássaros, as condições de higiene são cegamente desrespeitadas.
O dono do abatedouro que funciona clandestinamente não foi encontrado para comentar as denúncias e um adolescente menor de idade que toma conta do local não quis comentar o assunto. Em entrevista concedida ao Programa Ronda Policial da TV Meio Norte, o gerente da Vigilância Sanitária Municipal (Gevisa), José Feliciano de Paiva, explicou que tem conhecimento das denúncias e que as medidas já estão sendo tomadas para contornar o problema. (M.R.)
Animais que são levados para o abate sofrem maus tratos
A equipe da TV e do Jornal Meio Norte pôde constatar e registrar que os equipamentos utilizados são inadequados e os animais abatidos são manejados sem nenhum cuidado com a assepsia. Outro ponto importante enfatizado pela população que realizou a denúncia está em relação ao sofrimento causado aos animais que são guardados antes do abate em um terreno que fica nos fundos do matadouro.
De acordo com o depoimento da população, todas as sextas feiras dois carros grandes chegam com animais novos que são colocados em grande quantidade em um terreno murado que possui até cerca elétrica, mas não conta com nenhuma estrutura para manter os animais que passam sede e fome e ficam expostos ao calor intenso.
?São cerca de 100 a 200 bichos vivos que são colocados dentro desse terreno murado que não tem ao menos uma sombra para os coitados descansarem. Eles ficam o dia inteiro no sol e à noite no sereno nesse terreno onde defecam, urinam e a fedentina é sem tamanho. Sem falar que esse sangue e as vísceras podres são jogadas diretamente no córrego gerando mau cheiro insuportável e uma grande quantidade de moscas que espalham doenças?, revela indignado o morador.
Para evitar o consumo de carne oriunda desse tipo de atividade clandestina, o consumidor deve exigir sempre que a carne esteja com o carimbo da fiscalização da vigilância sanitária e comprar de estabelecimentos da sua confiança.. (M.R.)