Balanço apresentado nesta segunda-feira (21) pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, mostra que as ações da Polícia Federal em 2009 resultaram em 4.534 prisões. Dessas, cerca de 75% foram mandados de prisão preventiva: 3.392. Em 2008, a PF realizou 3.969 prisões, das quais 2,3 mil preventivas o que revela um crescimento de 12,5% no volume de prisões e de 14,6% no número de preventivas.
A ações de combate à corrupção mobilizaram a PF em 43 operações especiais em 2009, resultando em 386 suspeitos detidos, entre os quais 83 servidores públicos de todos os poderes do Estado. “O combate à corrupção vai aumentar no próximo período em razão de que a PF está preparada para combater esses crimes. Tudo isso pode ser demonstrado na qualidade cada vez maior do inquérito e no número de prisões preventivas que vem crescendo”, avaliou Tarso Genro.
Além das atividades de combate à corrupção, operações da PF envolvendo crimes relacionados ao tráfico de drogas (72), crimes cibernéticos (10), previdenciários (27), ambientais 20) e contrabando (17) totalizaram 281 operações no ano, em dados finalizados em 15 de dezembro.
"Queremos trocar o impacto do momento de realização da operação pela condenação dos envolvidos" Ao apresentar os dados, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, fez uma avaliação da natureza das ações do órgão e afirmou que o objetivo tem sido evitar ações midiáticas e melhorar a qualidade das provas reunidas nas investigações.
“Queremos trocar o impacto do momento de realização da operação pela condenação dos envolvidos. De nada adianta termos operações de grande visibilidade se a prova não tiver qualidade. Ela tem um efeito imediato na população, mas não surte resultado.”
Caixa de Pandora
Ao avaliar os resultados da operação Caixa de Pandora, que investigou um suposto esquema de pagamento de propina ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), ao vice, Paulo Octávio (DEM), a deputados distritais, empresários e integrantes do governo, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que a qualidade dos inquéritos tem se tornado uma prioridade para provar os crimes.
Sem entrar no mérito da investigação, que corre em segredo de Justiça, ele lembrou a dificuldade de comprovar os delitos relacionados à corrupção: “É muito difícil identificar e pôr a mão em dinheiro de corrupção.
Por isso a necessidade de melhorar a qualidade da prova.” Drogas As operações da PF voltadas para o combate ao tráfico de drogas resultaram na apreensão de 150.585,71 quilos de maconha. Em relação a 2008, quando 174.095,29 quilos foram interceptados, houve uma redução de 14%. As apreensões de cocaína permaneceram estáveis: foram 20,4 mil quilos, em 2008, e ficaram em 20,8 mil neste ano.
As ações voltadas para a interceptação de ecstasy fecharam o ano com 28.252 comprimidos. Em 2008, as apreensões desses comprimidos totalizaram 132.621 unidades, uma redução de 79%. Armas A Polícia Federal registrou a apreensão de 12,6 mil armas em 2009. Com as campanhas de incentivo ao registro, foram cadastradas 609,2 mil armas. Em 2008, o número de registros e renovações ficou em 206,8 mil.
Armas entregues nas unidades da PF registraram um total de 13,7 mil, em 2009, contra 18,1 mil no ano passado. Já os portes expedidos permaneceram na casa dos 9,6 mil.