A pedagoga Maria Verônica Aparecida, de 25 anos, que ficou conhecida em todo o Brasil após apresentar uma falsa gravidez de quadrigêmeos, fez um acordo com a Justiça de Taubaté na tarde da última terça-feira (6) para a extinção do processo contra ela e o marido, Kléber Eduardo Melo.
O acordo foi proposto pelo Ministério Público e aceito por Maria Verônica e o esposo durante uma audiência no Fórum Criminal de Taubaté. Participaram do encontro os dois réus, o advogado deles Enilson de Castro, o promotor Frederico Augusto Neves e o juiz da 3ª vara Erico di Próspero.
"Houve um acordo para a suspensão do processo contra ela e o marido. O promotor sugeriu e nós aceitamos porque achamos ser o melhor caminho. Agora, o juiz deve homologar o acordo. Não posso dar detalhes do que ficou definido, pois o processo está em segredo de Justiça", afirmou o advogado Enilson de Castro.
Com o cumprimento do acordo o processo fica suspenso durante dois anos e a após esse período a Justiça dá uma sentença que extingue o procedimento definitivamente. "A gente já trabalhava com essa possibilidade desde o início, porque achamos que seria o melhor caminho. Eles já tinham essa expectativa, mas claro que ficaram contentes com o resultado", explicou Castro.
A suspensão condicional do processo foi confirmada pelo Ministério Público. Segundo o MP, o casal demonstrou arrependimento e provou que tudo o que recebeu de doação foi devolvido ou enviado para entidades assistenciais. O teor do acordo também não foi divulgado pelo órgão.
O Tribunal de Justiça disse que não vai se pronunciar, porque o processo está em segredo de Justiça.
O caso
A história da falsa gravidez chamou a atenção dos moradores de Taubaté no início de janeiro deste ano. Maria Verônica havia falado inicialmente que esperava gêmeos quando soube da gravidez, mas depois descobriu que na verdade eram quadrigêmeos.
Todos os parentes ficaram felizes com a chegada das quatro meninas, as "Marias", que já tinham até enxoval. O parto, segundo Verônica, estava previsto para acontecer na segunda quinzena de janeiro. A polícia começou a investigar o caso após declarações de um médico que atendeu a mulher no segundo semestre de 2011 e afirmou que, na ocasião, ela não estava grávida.
O advogado da educadora assumiu a farsa na madrugada do dia 20 de janeiro. Segundo Enilson de Castro, sua cliente usava "uma barriga de silicone" com enchimentos. Ele afirmou que a mulher não desmentiu a gravidez antes por causa da grande repercussão que o caso tomou.