O paquistanês acusado dos ataques contra a cidade indiana de Mumbai em novembro de 2008, que deixaram pelo menos 166 mortos, entre eles nove dos dez agressores, pediu nesta quarta-feira (22) que o tribunal o condene à morte, um dia após confessar que participou do crime.
Durante a audiência, aberta à imprensa, entre o juiz M.L.Tahaliyani do tribunal especial de Mumbai e Mohammad Ajmal Kasab, o advogado perguntou-lhe: "Vocês quer sofrer o castigo dos homens ou o de Deus?".
"Em frente, enforque-me", respondeu o acusado paquistanês de 21 anos.
O único sobrevivente do comando de dez homens que atacou a cidade de 18 milhões de habitantes entre 26 e 29 de novembro de 2008 deu um golpe de efeito segunda-feira ao decidir se declarar culpado e confessar.
Julgado desde meados de abril, o jovem se declarou inocente no início de maio das 86 acusações que pesam contra ele, entre elas de atos de guerra contra a Índia.
Para surpresa do juiz, do promotor e de seu próprio advogado, ele contou como os ataques foram programados contra os hotéis de luxo, a estação de trem central, uma cafeteria e um restaurante e um centro judaico, causando 174 mortos, entre os quais estavam seus nove cúmplices e 26 estrangeiros.
Em 26 de novembro à noite, ele e seu cúmplice Abu Ismail foram filmados com câmaras e vistos por uma centena de testemunhas quando disparavam e lançavam granadas na estação de trens de Mumbai, onde morreram 52 pessoas e outras 109 foram feridas.
Armado com um fuzil AK-47, a dupla continuou sua operação sangrenta abrindo fogo contra os passantes e oficiais da polícia; acabou com a vida, entre outras pessoas, do chefe do esquadrão antiterrorista local.
Kasab pode ser condenado à pena de morte na Índia.