O austríaco Josef Fritzl, acusado de sequestrar, estuprar e ter sete filhos com sua própria filha, declarou-se nesta segunda-feira (16) culpado de estupro, incesto e sequestro, mas negou a acusação de homicídio de um de seus "filhos-netos".
Fritzl, de 73 anos, também afirmou perante o tribunal que não é culpado da acusação de "escravidão".
O julgamento do austríaco teve início nesta segunda-feira em Sankt Poelten, a 60 km ao oeste de Viena.
Fritlz é acusado de ter mantido sua filha Elisabeth em cárcere privado pela maior parte da vida dela em um porão da cidade de Amstetten e de ter tido sete filhos com ela. O caso veio à tona em abril do ano passado. Três das crianças jamais haviam visto a luz do sol.
Fritzl se disse "parcialmente" culpado de estupro - o que significa que ele está contestando os termos da acusação -- e privação de liberdade. Ele afirmou ser inteiramente culpado de privar a liberdade das crianças isoladas no subsolo.
Usando um casaco cinza, Fritzl entrou no tribunal ladeado por seis policiais e segurando uma pasta azul em ambas as mãos para evitar que seu rosto fosse fotografado.
Ele permaneceu em silêncio e imóvel, ignorando questões de equipes de TV antes de antes que o juiz e o júri entrassem e as câmeras fossem retiradas do recinto.
O advogado de Fritzl argumentou que a acusação de escravidão era inapropriada e que ele contestaria a acusação mais grave, de assassinato.
A acusação diz que Fritzl é responsável pela morte de um gêmeo pouco depois de seu nascimento no porão, em 1996. Ela classifica o ato como um assassinato por negligência porque Fritzl não buscou ajuda para o bebê, cujo corpo foi queimado em um forno.
Fritzl construiu o porão, à prova de som e com uma porta reforçada, sob sua casa, na cidade de Amstetten.
Se for considerado culpado de assassinato pelo júri em St. Poelten, perto de Viena, ele pode pegar pena de prisão perpétua ou de 10 a 15 anos de prisão. Seu advogado diz que Fritzl não é um "monstro sexual", mas espera passa o resto da vida atrás das grades.
A filha de Fritzl e os seis filhos que ela teve com o pai, três dos quais encarcerados desde o nascimento, vivem agora em um local secreto sob nova identidade.
Três juízes e oito jurados decidirão sobre a culpa ou inocência de Fritzl, acusado de incesto, escravidão, sequestro, estupro e assassinato. O veredicto deve ser conhecido até o fim da semana.