Acusado de matar menino Kayo e mais sete são os mais procurados

Pela primeira vez, o serviço oferece, por oito bandidos, o valor que passou a ser o maior pago por criminosos.

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Em outubro do ano passado, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, era o único bandido ligado ao tráfico de drogas com recompensa de R$ 5 mil entre os procurados do Disque-Denúncia (2253-1177). De lá para cá, outros sete criminosos se juntaram ao chefão do tráfico de drogas no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Entre eles, Leandro Botelho Nunes, o Scooby Doo, acusado de participar da tentativa de resgate no Fórum de Bangu, na Zona Oeste, na qual morreu o menino Kayo da Silva Costa, de 8 anos.

A fuga do presídio de três bandidos da velha guarda que voltaram à ativa, uma série de ataques em áreas pacificadas, o ataque ao Fórum de Bangu e a caça da polícia a um miliciano da Zona Oeste motivaram o aumento da oferta pelos procurados.

Um homem que matou pai e filho em Guadalupe após uma briga entre crianças que jogavam bolinha de gude, há dois anos, completa a lista dos bandidos que valem R$ 5 mil. O valor também foi pago pela família das vítimas.

O valor está longe de ser o maior pago pelo Disque-Denúncia, que ofereceu R$ 100 mil por informações que levassem ao paradeiro do traficante Luiz Fernando da Costa, o Beira-Mar, em 2000. Mas, pela primeira vez, o serviço oferece, por oito bandidos, o valor que passou a ser o maior pago por criminosos.

? Tomamos a decisão de manter, no máximo, o valor de recompensa de R$ 5 mil, em casos graves. Senão, corremos o risco de supervalorizar um criminoso. O valor só é maior que esse se for pago por parentes ? explicou Zeca Borges, coordenador do Disque-Denúncia.

É o caso da recompensa de R$ 11 mil por informações sobre a advogada gaúcha Heloisa Borba Gonçalves, que ficou conhecida como Viúva Negra após enterrar três maridos e dois namorados. Ela foi condenada a 18 anos de prisão em 2011, por ter mandado matar o ex-marido, o coronel Jorge Ribeiro, assassinado a marretadas no seu escritório em Copacabana, em julho de 1992.

Os oito mais perseguidos

Pezão - O traficante é apontado como o chefe do tráfico no Complexo do Alemão

Marreta - Fugiu pela tubulação do Instituto Penal Vicente Piragibe em fevereiro deste ano

Piná - Ele assumiu a condição de chefe do tráfico na Vila Cruzeiro e é apontado como autor de ataques à UPP

Fú da Mineira - O antigo chefão do tráfico é pai de Felipe Fu, que chefiou o tráfico no Chapadão e foi morto em troca de tiros com a polícia

Deco - O ex-vereador é acusado de chefiar um grupo de milicianos que atua na Zona Oeste

Scooby Doo - Segundo a polícia, o traficante participou do ataque ao Fórum de Bangu

Pitbull - É acusado de matar pai e filho em Guadalupe por causa de uma briga entre crianças

Claudinho da Mineira - era sequestrador na década de 90

Pezão entrou na lista por homicídio

O valor da recompensa por informações sobre o paradeiro do traficante Pezão foi motivada pelo assassinato de um homem que foi confundido com um estuprador. Em julho de 2009, o agente de endemias Júlio Baptista Almeida da Silva Barros foi morto a tiros. Segundo a polícia, o corpo dele foi incinerado envolto em pneus, no tipo de execução que ficou conhecida como ?forno microondas?, com a permissão do traficante.

Pezão é o último dos antigos chefões do Complexo do Alemão ainda em liberdade. Com a prisão de antigos chefões, como Fabiano Atanázio da Silva, o FB, capturado em janeiro do ano passado no interior de São Paulo, outros traficantes cresceram na hierarquia do tráfico.

É o caso de Luiz Cláudio Machado, o Marreta, que fugiu pela tubulação do Instituto Penal Vicente Piragibe em fevereiro deste ano, com outros 26 criminosos. De lá para cá, chefiou o tráfico no Complexo do Lins e se tornou um dos bandidos mais procurados do Rio, ingressando na lista dos bandidos avaliados em R$ 5 mil. Bruno Eduardo da Silva Procópio, o Piná, se tornou o chefão do tráfico da Vila Cruzeiro e do Parque Proletário, na Zona Norte do Rio. Segundo a polícia, ele é um dos responsáveis à série de ataques em áreas pacificadas nos últimos meses.

A lista dos mais procurados conta com dois bandidos da velha guarda: Claudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, e Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu. Em agosto, eles fugiram do presídio de Porto Velho, Rondônia. E assumiram a condição de chefões do tráfico, nos anos 90.

?São pessoas perigosas?

Para o coordenador do Disque-Denúncia, Zeca Borges, a importância da divulgação dos cartazes dos criminosos é para expor

Como é arrecadado o valor para estabelecer o pagamento da recompensa?

Qualquer recompensa é paga através de doações privadas. Também há ofertas feitas por parentes de vítimas. A ideia é expor ao público esses criminosos. A campanha de recompensa é notícia e desequilibra o ambiente do criminoso.

Por que houve esse aumento nos valores oferecidos?

É uma resposta à ousadia nesses últimos meses. As facções podem estar preparando ações ordenadas, ameaçando as UPPs e a sociedade. Estamos fazendo um apelo à população, mostrando a importância da prisão desses criminosos. São pessoas perigosas, que estão em liberdade. Dos oito bandidos, quatro estão foragidos. A polícia está enxugando gelo, porque eles sempre dão um jeito de fugir

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