Acusado de matar o pai e madrasta, o estudante e ex-seminarista Gil Rugai chegou por volta das 10h desta segunda-feira (18) ao Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. ?Estou tentando ficar tranquilo, mas está difícil. A defesa vai provar [a inocência]. Estou bem confiante. Não tem provas, eles têm algumas suspeitas?, disse.
O réu, que atualmente tem 29 anos de idade, sempre negou o crime, ocorrido em março de 2004. Ele, que já chegou a ficar preso por dois anos durante o processo, responde em liberdade. Na tentativa de despistar a imprensa, a defesa colocou o irmão de Gil Rugai, que se parece muito com o acusado, para passar próximo aos repórteres e organizou a entrada do réu por uma porta lateral, acompanhado da mãe. Gil Rugai veste terno e gravata.
Caberá a sete jurados no Fórum da Barra Funda decidirem, a partir das provas da acusação e da defesa, se Gil Rugai matou ou não pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta Alessandra de Fátima Troitino. O crime ocorreu por volta das 21h30 de 28 de março de 2004. Além do homicídio, Gil Rugai também é acusado do estelionato. Ele poderá ser condenado ou absolvido pelo júri popular.
O promotor Rogério Leão Zagallo afirmou, nesta manhã, antes do início do julgamento, que tem provas de que o ex-seminarista cometeu o crime. Ele espera que os jurados condenem o réu e que a justiça aplique uma pena dura. ?No meu entendimento, o crime de homicídio doloso tem que ser respondido à altura. Algo em torno de uma condenação de 30 de reclusão?, disse. Segundo a promotoria, caso seja condenado, Gil Rugai deverá sair preso do fórum. A defesa, no entanto, já adiantou que em uma eventual condenação irá pedir para o réu que, já responde ao processo em liberdade, continuar solto.
A defesa de Gil Rugai disse que irá derrubar as argumentações da Promotoria e que vai apresentar dois nomes, que já constam no inquérito, que deveriam ser investigados como suspeitos. Thiago Anastácio, um dos advogados do estudante, afirmou que os nomes serão explicitados apenas no plenário.
O outro advogado de defesa, Marcelo Feller, afirmou que nos últimos anos o ex-seminarista ficou estigmatizado como uma pessoa "esquisita", um monstro, e que no julgamento será provado que isso não é verdade.