Os réus do caso Eliza Samudio continuarão a ser ouvidos nesta quinta-feira (11) a partir das 8h30 no fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Ainda faltam ser interrogados o goleiro Bruno Fernandes; Luiz Henrique Romão, o Macarrão; o policial civil Marco Aparecido dos Santos, o Bola; e a ex-amante Fernanda Gomes de Castro.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, se os interrogatórios demorarem, a audiência pode se estender até sexta-feira (12). Inicialmente, a previsão era de que os depoimentos terminassem nesta quarta-feira.
O depoimento de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno e um dos acusados de envolvimento no crime, durou cerca de sete horas nesta quarta-feira. Durante seu interrogatório, Sales disse à Justiça que Eliza Samudio não ficou em cárcere privado no sítio do goleiro em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Diferentemente de declaração anterior, o réu também afirma agora que a ex-amante de Bruno não chegou machucada ao sítio.
As declarações desta quarta contradizem o que Sales contou à polícia em depoimentos anteriores, quando relatou que a jovem fora mantida trancada dentro de um quarto e que estava ferida na cabeça.
Para a juíza, o réu disse que foi pressionado pela polícia e agredido pelo delegado Júlio Wilke para mentir. Ele contou que parte da história que relatou anteriormente foi fruto de sua própria imaginação. Em outro depoimento, Sales disse que havia sido torturado pelo delegado Edson Moreira. A Polícia Civil de Minas Gerais nega as agressões e afirma que Sérgio Rosa Sales estava acompanhado de um defensor durante as oitivas.
O acusado confirmou parte do segundo depoimento, no qual disse que Bruno não entrou na EcoSport com o amigo Macarrão e o menor de idade no dia em que supostamente Eliza foi assassinada. Segundo Sales, o goleiro ficou no sítio e não foi com Eliza até a casa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Motorista e Coxinha
Na terça-feira (9), foram ouvidos Flávio e o amigo do goleiro Wemerson Souza, conhecido como Coxinha. Este último disse à juíza Marixa que sabia quem Eliza Samudio era, mas que não a conhecia pessoalmente. A informação contradiz o que ele contou à polícia no início das investigações. O acusado ainda afirmou conhecer o filho de Eliza e disse ter visto a criança com Bruno em uma partida de futebol.
O caseiro do sítio do goleiro, Elenilson Vítor da Silva, outro acusado de envolvimento na morte de Eliza Samudio, também deu informações diferentes das que já havia relatado. À polícia, ele afirmou ter visto Eliza chegar ao sítio. Na segunda-feira (8), entretanto, ele negou a informação, dizendo que não a viu porque estava jogando futebol.
Também na segunda-feira, uma carta escrita pela ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, foi entregue à juíza durante o depoimento. De acordo com o documento, o filho de Eliza só não foi morto porque estava sob os cuidados dela. Na carta, ela também revela que o atleta tinha antipatia pelo bebê, que seria seu filho com Eliza, desaparecida desde junho passado.
A ex-mulher também escreveu que, quando estava foragido, Bruno fez uma reunião com a família, chorou e disse que seria preso. O documento será anexado aos autos do processo.