O adolescente Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, apontado como suspeito de ter matado os pais - dois policiais militares-, a avó e uma tia-avó, na madrugada de segunda-feira, citou em sua página no Facebook, no dia 19 de dezembro de 2012, um famoso caso de massacre ocorrido em 1974, nos Estados Unidos.
Marcelinho, como era conhecido pelos amigos mais próximos, compartilhou uma imagem na qual apareceria um fantasma do famoso caso do Massacre de Amityville, no qual Ronald Joseph "Butch" DeFeo Jr. assassinou os pais, dois irmãos e duas irmãs. Na imagem compartilhada pelo jovem Pesseghini, investigadores de causas sobrenaturais teriam flagrado uma imagem que seria o "espírito" de um dos irmãos do assassino.
O caso de Amityville é fonte de inspiração de diversas obras de terror, como os livro The Amityville Horror, de 1975, e o filme homônimo, lançado em 2005. A história americana, no entanto, é bastante semelhante à tese levantada pela Polícia Civil de São Paulo.
Na madrugada do dia 13 de novembro de 1974, Ronald DeFeo Jr. surpreendeu todos os seus parentes, que dormiam na mansão Amityville. Armado com um rifle, ele matou os pais - Ronald e Louise DeFeo - e quatro irmãos: Dawn, 18 anos; Allison, 13 anos; Marc, 12 anos; e John Mathew, 9 anos. Todos foram encontrados mortos em suas camas, sem sinais de defesa.
Após o crime, o assassino foi até um bar e disse aos amigos que achava que os pais haviam sido baleados. Um pequeno grupo de pessoas, então, foi até a mansão e acionou a polícia. Segundo a versão inicial de Ronald DeFeo Jr., os pais teriam sido vítimas da máfia - versão que não convenceu a polícia. No dia seguinte, ele confessou o crime, dizendo que "não conseguia parar".
No caso do massacre paulistano, a Polícia Civil acredita que Marcelo Eduardo Bova Pesseghini tenha executado seus familiares da mesma maneira que Ronald. Com a arma da mãe, uma pistola .40, ele teria assassinado o pai, o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, a mãe, a cabo da PM Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, a avó Benedita de Oliveira Bovo, 65 anos, e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva, 55 anos.
Após o crime, o jovem teria pegado o carro da família e dirigido até a escola, que fica a 5 quilômetros do local do crime. Após assistir à aula, ele teria retornado ao lar e se matado.
Assim como no caso americano, vizinhos da família também não ouviram os disparos dos tiros. E, nos dois casos, a polícia surpreendeu-se com o fato de não haver sinais de luta por parte de nenhum dos parentes.
A página no perfil do Facebook de Marcelo Eduardo foi excluída nesta terça-feira, e outro perfil, com o mesmo nome, foi adicionado recentemente nas redes sociais.