Advogada assassinada em posto de gasolina era ameaçada de morte

A mulher, que pediu para não ser identificada, disse que Priscilla aparentemente não se importava com as ameaças.

Segundo a polícia, o estilo do assassinato de Priscilla sugere execução | Reprodução
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A advogada Priscilla Soraia Dib, 35 anos, assassinada a tiros na madrugada de sábado no pátio de um posto de combustíveis de Araçatuba (SP), era ameaçada de morte, segundo confidenciou a amigos mais próximos há alguns dias. "Ela me disse que recebeu ameaças, mas que não sabia de quem era e achava que fosse trote", afirmou uma amiga durante o velório da vítima. A mulher, que pediu para não ser identificada, disse que Priscilla aparentemente não se importava com as ameaças. A advogada foi enterrada na manhã deste domingo, no cemitério Jardim da Luz.

Outra amiga também confirmou que a advogada era ameaçada. "Ela era uma pessoa muito querida, muito amiga, alegre, não dá para entender essas coisas. Mas acho que ela deveria ter tomado mais precauções sobre essas ameaças", afirmou. Segundo ela, Priscilla deu a entender que as ameaças tinham relação com a atividade profissional que exercia.

A advogada não seria a única profissional a receber ameaças em Araçatuba. De acordo com o presidente da subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade, Alceu Batista de Almeida Júnior, três advogados locais, que atuam na área criminal, relataram ter sofrido ameaças de morte por telefone nos últimos 30 dias. Segundo Almeida Júnior, o caso foi levado para a OAB em São Paulo.

A entidade não divulgou os nomes dos advogados por questões de segurança nem informou se o de Priscilla constava entre eles, mas informou que vai formar nos próximos dias uma comissão para acompanhar as investigações sobre o assassinato da advogada. O caso está sendo apurado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araçatuba, cujo titular, delegado Marcelo Cury, informou à imprensa que ainda não existem pistas sobre os autores do crime.

O assassinato ocorreu por volta de 1h30 de sábado no auto posto Malibu, onde dezenas de jovens costuma se reunir. Priscilla estaria acompanhada de um amigo cabeleireiro, que tinha saído no momento em que chegaram dois desconhecidos numa moto. Um homem na garupa desceu com uma pistola e atirou várias vezes em Priscilla, que estava sentada na tampa da carroceria de sua caminhonete Toyota Hilux. Cerca de dez tiros foram disparados e, segundo a polícia, sete teriam acertado a moça, que morreu no local.

A polícia não descarta a possibilidade de o crime estar relacionado com o tráfico de drogas e de ter sido cometido por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), com que a advogada foi acusada formalmente de ter envolvimento. Em setembro de 2011, Priscilla foi presa por ligações com traficantes da facção. Na casa dela, investigadores apreenderam um rádio HT sintonizado na frenquencia da polícia e uma porção de maconha.

Ela também teria dado cobertura a alguns traficantes do PCC que estavam fugindo de uma blitz. Presa preventivamente, a advogada foi libertada no final de novembro, mas era processada por formação de quadrilha e por passar informações privilegiadas para traficantes da facção.

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