Advogado diz que capitão Alison não é réu confesso:'tiro acidental'

Ele sustenta que tiro em Camilla Abreu foi acidental

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Os familiares da estudante de direito Camilla Abreu que foi assassinada há um ano (outubro de 2017)  e tem como acusado o capitão da Polícia Militar do 8º Batalhão Allison Wattson protestaram na última sexta-feira (26) em frente ao Tribunal de Justiça exigindo o julgamento do crime e pedindo que o acusado seja condenado pela morte da jovem.

O advogado de defesa do acusado, Pitágoras Veloso, esteve no Portal Meio Norte na tarde desta segunda-feira (29) pedindo direito de resposta sobre a veiculação da matéria. Segundo o advogado, Allisson Wattson não é réu confesso porque nunca confessou o crime. “O que ele afirma e consta nos autos processuais é que o tiro foi acidental”, disse o advogado de defesa.

O inquérito policial sobre o assassinato de Camilla Abreu  após análise de laudos periciais, além de outros procedimentos de investigação  apontou para materialidade do homicídio doloso praticado por Allison Wattson que foi indiciado por três crimes: homicídio duplamente qualificado por feminicídio e sem chances de defesa da vítima, ocultação de cadáver e fraude processual.

Para Pitágoras Veloso não houve crime de feminicídio, pois, esse crime se caracteriza pelo ódio que o homem tem da mulher e, segundo ele, o casal se amava e por isso estavam reatando o namoro no dia que ocorreu o crime. “Houve um problema, uma fatalidade, nesse dia que foram reatar”, disse o advogado ao afirmar que o tiro acidental aconteceu quando o capitão foi tentar tomar a arma de Camilla Abreu que a apontava para ele.

Três dias após o crime, no dia 28/10, o capitão Allison Wattson foi a um estabelecimento na Avenida Miguel Rosa com seu veículo modelo Corolla, cor azul para trocar o banco do carro que estava sujo de sangue devido o assassinato da jovem estudante Camilla Abreu. Um dia antes, dia 27/10, o acusado, teria ido até a Avenida Maranhão para lavar os bancos eliminar as marcas de sangue, como não obteve sucesso levou o veículo até um posto de lavagem para fazer o serviço completo.

O corpo de Camilla Abreu ficou desaparecido por seis dias e foi encontrado no dia 31/10, em estado de decomposição na região do povoado Mucuim, local que foi apontado pelo próprio Allison Wattson.

O Advogado de defesa Pitágoras Veloso sustenta que o tiro que matou Camilla Abreu foi acidental e que Alisson Wattson fez tudo o que fez porque perdeu o equilíbrio emocional no momento do que ele chama de fatalidade. “Ele perdeu o senso, o equilíbrio emocional. Qualquer outro deixaria o corpo lá e fugia. Ele não foi esconder o corpo, foi destruir a prova porque estava pertubado, desestruturado”, afirmou ressaltando que seu cliente já estava passando por problemas psiquiátricos e estava sendo medicado.

Laudo do IML comprovou que Camilla Abreu tentou se defender e que em suas unhas foram encontrados vestígios de DNA do namorado, o que comprovou luta corporal entre os dois.

Pitágoras Veloso contesta o laudo pericial e afirma que ele está errado. “O laudo declara que o tiro de entrada é maior que o tiro de saída, onde já se viu um tiro de entrada ser maior que um tiro de saída?”, questionou o advogado que afirmou também ser perito. Ele disse ainda que o Ministério Público voltou atrás ao pedir a reconstituição do crime. “Na audiência de instrução o Ministério Público pediu a reconstituição e nós, a defesa aceitamos, o Allison aceitou, mas eles voltaram atrás”, contou o advogado dizendo que a defesa insiste na reconstituição pois ao fazê-la seria provado que o tiro foi acidental.

O capitão Allison Wattson está preso desde o final de outubro do ano passado, não foi expulso da PM e ainda continua recebendo salário normalmente. Ele será julgado por júri popular e ainda não está marcado a data do julgamento.

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