Agentes da Secretaria de Segurança Pública do Rio e membros das Forças Armadas encontraram 70 euros, 36 dólares, 6 mil pesos colombiano e 25 ienes na cela onde está o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, no Complexo Prisional da Polícia Militar em Niterói, região metropolitana da capital.
A moeda estrangeira foi encontrada durante uma revista na unidade prisional nesta sexta-feira (21). O governador teve que prestar esclarecimentos à Corregedoria da Polícia Militar.
Isso porque cada detento tem autorização para possuir no máximo R$ 100 dentro do presídio e, convertidas, as moedas somam cerca de R$ 450. Se for constatada irregularidade, ele pode receber uma punição administrativa.
Pezão está preso desde o dia 29 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Boca de Lobo, que investiga um esquema criminoso no governo do estado que teria tido início em 2007, durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral.
O Complexo Prisional da PM foi alvo de uma inspeção visual e de uma varredura eletrônica que também localizou sete celulares. Os aparelhos estavam na área comum, nos fundos da cadeia, fora das celas, e foram localizados com o auxílio de equipamentos que detectam ondas eletromagnéticas.
A fiscalização foi realizada justamente para localizar objetos irregulares nas instalações. A ação contou com 160 militares das Forças Armadas e 100 PMs.
Essa é a segunda vistoria realizada no presídio de Niterói. A primeira ocorreu no início do mês e foi feita por agentes do Ministério Público do Estado. Na ocasião, o objetivo foi conferir se o governador estava recebendo algum tipo de regalia na cadeia. Nenhuma irregularidade foi encontrada.
O governador do Rio está em uma sala especial do Estado Maior, sem grades e monitorado por câmeras de segurança. O espaço conta com cama, prateleira e mesa. Uma divisória separa o dormitório do banheiro que tem vaso sanitário, chuveiro e pia. As refeições de Pezão são as mesmas oferecidas aos outros internos.
Pezão foi denunciado pela procuradora-geral da República Raquel Dodge junto com outras 14 pessoas no dia 19 de dezembro. O grupo é acusado dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncias será analisada pelo relator do caso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Felix Fischer.