Americanas: ex-CEO, Miguel Gutierrez, é solto um dia após prisão em Madri

Ele havia sido detido após ser incluído na lista da Interpol a pedido da Polícia Federal brasileira

Ex-CEO das Americanas | Reprodução
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, foi colocado em liberdade após ser preso ontem pela polícia espanhola. Ele havia sido detido após ser incluído na lista da Interpol a pedido da Polícia Federal brasileira. (As informações são do Blog do Lauro Jardim/O Globo).

O executivo, que liderou a Lojas Americanas por duas décadas, passou o último dia prestando depoimentos a autoridades policiais, judiciais e ministeriais da Espanha, sendo estas últimas representantes do poder Executivo local. Após as oitivas, Gutierrez foi liberado hoje para retornar para casa.

GUTIERREZ PODE SER EXTRADITADO

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), André Rodrigues, afirmou que existe a possibilidade de extradição do ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, para o Brasil.

Ele [Gutierrez] tem dupla cidadania e a Espanha não extradita os seus nacionais. Temos que respeitar todos os trâmites da legislação brasileira, obviamente, e da legislação espanhola. Já entramos com pedido de prisão preventiva e extradição para o Brasil", disse Rodrigues.  

SOBRE A PRISÃO

Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, foi detido nesta sexta-feira (28) em Madri, conforme reportagem do Blog da Malu Gaspar, do jornal "O Globo". Na quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure, investigando fraudes contábeis nas Lojas Americanas que totalizaram R$ 25 bilhões. Mandados de prisão foram emitidos para Miguel Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da empresa.

QUEM É MIGUEL GUTIERREZ

Nascido em 1961, Miguel Gutierrez é brasileiro e possui dupla cidadania espanhola, formando-se em engenharia mecânica pela UFRJ e em economia pela UERJ. Ingressou na Americanas em 1993, sob a presidência de Carlos Alberto Sicupira, destacando-se por sua expertise em redução de custos ao longo de três décadas na empresa. 

Ex-CEO das Americanas - Imagem: Reprodução 

O QUE DIZ SUA DEFESA

Em nota, a defesa de Miguel Gutierrez afirma que “na data de ontem, o executivo compareceu espontaneamente ante as autoridades policiais e as autoridades jurisdicionais com o fim de prestar os esclarecimentos oportunos”. E também diz que “agora, com o acesso aos autos, Miguel terá a oportunidade de exercer sua defesa de modo técnico”. 

O ex-CEO, ainda por meio de sua defesa, “reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais”.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA

Segundo informações da Polícia Federal, a fraude visava manipular os resultados financeiros do conglomerado para criar uma aparência falsa de aumento de caixa, resultando na artificial valorização das ações das Lojas Americanas na bolsa de valores.

Com base nos números manipulados, os executivos recebiam bônus milionários por suposto desempenho excepcional e lucravam ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

CRIMES IDENTIFICADOS

Diversos crimes foram identificados na investigação, incluindo manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os envolvidos podem enfrentar uma pena de até 26 anos de prisão.

AMERICANAS SE DIZ VÍTIMA EM NOTA

“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES