Após 17 anos, homem que matou a própria filha asfixiada é condenado no Ceará

Rodson disse que a criança teria morrido sufocada após ficar enrolada em uma rede na qual brincava, contudo, foi desmentido.

Thamires Myrza Tavares | Reprodução
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Rodson Rui de Oliveira Torres, acusado de matar a própria filha de 9 anos asfixiada, foi condenado, nesta quinta-feira (24), a 24 anos e 10 meses de prisão, pelo Tribunal do Júri do Ceará. O julgamento durou cerca de 12 horas e contou com a presença da família da menina Thamires Lima Torres. Ao réu foi expedido mandado de prisão e negado o direito de recorrer em liberdade.

O acusado foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima). crime ocorreu em junho de 2006 no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza.

De acordo com o advogado de Rodson, Mardonio Almeida, a defesa irá apelar "para que a sentença não transite em julgado" e que irão entrar com habeas corpus para conseguir a liberdade do homem. Em contrapartida, os advogados Sarah Suzye, Jéssica Rodrigues e Felipe Kühn, da assistência de acusação, disseram estar satisfeitos com a decisão.

"Estamos satisfeitos com a Justiça que foi feita para a pequena Thamires, com a execução provisória imediata da pena. O trabalho do promotor Marcus Renan é fantástico também, membro do Ministério Público que nos deu liberdade para falar. É um fechamento de um ciclo muito custoso para a família da vítima. Estamos aliviados, hoje tivemos Justiça”, disse, complementarmente, os advogados de acusação.

Thamires Myrza Tavares | Foto: Reprodução

CRIME 

A crueldade praticada por Rodson ocorreu em 3 de junho de 2006. A criança estava em casa com o pai [Rodson]. Horas depois, a menina foi encontrada pela mãe, já morta, tendo o pai apresentado a versão de que "ela teria se acidentado se enrolando na rede em que brincava e acabou morrendo sufocada".

Entretanto, o laudo pericial apontou que a rede estava entre 20 e 45 centímetros do chão, e a menina possuía 1,3 metro de altura, portanto, pela altura, não teria como ela ter sufocado. Além disso, os machucados no pescoço da vítima "são contínuos, o que não acontece em casos de enforcamento ou acidente quando o peso da vítima faz com que os sulcos sejam ascendentes"

“A perícia apontou que não seria viável a hipótese do suicídio por enforcamento, principalmente pelos resultados apresentados em laudo cadavérico. Verifica-se, portanto, que a verdade foi finalmente trazida à tona: Rodson, que não chegava perto de ser um pai exemplar, como afirmado anteriormente, pôs fim à vida da filha. Tal fato, inclusive, deixou claro o motivo do banho dado em Thamires após sua morte: retirar qualquer indício que pudesse apontar seu executor. A torpeza na atitude de Rodson restou claramente demonstrada, pois este matou a criança pela vileza da pura maldade, para satisfazer sua vontade criminosa e assassina”, disse o Ministério Público do Ceará.

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