O Tribunal do Júri de Rio Bonito (RJ) está julgando Adriana Ferreira de Almeida acusada de mandar matar o marido para ficar com a herança. Nesta quarta-feira já é o segundo dia do julgamento.
Adriana ficou conhecida como "Viúva da Mega-Sena" devido o seu marido, Renné Senna, ter ficado milionário ao ganhar o prêmio da loteria.. Ele foi assassinado com quatro tiros em janeiro de 2007.
Neste segundo dia de julgamento, uma testemunha da acusação, um gerente de banco, afirmou que a acusada ligou para o banco logo após a morte de Renné para obter informações sobre a conta conjunta deles. O gerente contou que orientou Adriana a apresemtar atestado de óbito e abrir uma conta individual e disse ainda que foram transferidos R$ 2 milhões para nova conta.
Valcir de Almeida, pai da acusada, foi ouvido nesta quarta-feira como testemunha de defesa. Já a filha de Renné, Renata Senna, ouvida ontem afirmou que a Adriana teria envolvimento no assassinato. O depoimento da filha da vítima durou cerca de três horas e meia, sendo o mais longo no primeiro dia de julgamento.
— Eu fui na delegacia e disse que a Adriana tinha motivos para querer a morte do meu pai, pois, dois dias antes de ser assassinado, ele me disse que iria tirar a Adriana do testamento e cancelar a conta conjunta dos dois.
Em um julgamento anterior ocorrido em 2011, Renata havia apontado Adriana como mandante da morte de Renné, mas a ré foi absolvida na ocasião. Mas, o Ministério Público entrou com recurso contra a sentença e a 8ª Câmara Criminal do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) determinou a realização de novo júri. Os ex-seguranças da vítima, Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, já foram condenados. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão pelo crime
O crime
Na manhã do dia 7 de janeiro de 2007, Renné estava em um bar sem seguranças, próximo à sua fazenda, quando dois homens encapuzados chegaram numa moto e o carona atirou em Renné; ele morreu na hora.
As balas acertaram a nuca, a têmpora esquerda, o olho esquerdo e o queixo do milionário. A viúva Adriana foi acusada pela filha e pela irmã da vítima, Renata de Almeida e Jocimar da Rocha, de ser a mandante da execução.
Ex-lavrador, René Senna, ficou milionário em 2005, ao ganhar R$ 52 milhões no prêmio da Mega-Sena. Diabético, ele tinha perdido as duas pernas por causa de complicações da doença, morava em Rio Bonito. Em 2006, começou a namorar a cabeleireira 25 anos mais nova que ele. Ela abandonou o emprego e foi morar com ele na fazenda avaliada em R$ 9 milhões, junto com dois filhos do primeiro casamento.
No dia do enterro, começaram as primeiras supeitas da família do ex-lavrador contra a viúva, que tinha passado o Réveillon com um suposto amante em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio.