Após briga, Mancha e Gaviões não podem ir a estádios

Proibição vale até que os fatos da confusão deste domingo sejam apurados.

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A Federação Paulista de Futebol proibiu nesta segunda-feira (26) a entrada das torcidas organizadas Gaviões da Fiel e Mancha Alviverde nos estádios até que sejam apurados os responsáveis pela briga que resultou na morte de um palmeirense na manhã de domingo (25) na Zona Norte de São Paulo. Segundo a federação, a decisão vale até que os responsáveis sejam punidos.

A delegada Margarette Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), pediu nesta tarde a proibição para a FPF. Cerca de 300 torcedores das organizadas se envolveram na confusão. A polícia apura se o confronto foi organizado pela internet.

A briga ocorreu horas antes do jogo entre os clubes pelo Campeonato Paulista. Na briga, o estudante André Alves Lezo, de 21 anos, levou um tiro na cabeça. Ele morreu horas mais tarde e foi enterrado na tarde desta segunda.

A torcida Gaviões da Fiel informou que não foi oficialmente comunicada sobre a proibição e que, por isso, não irá se manifestar. O G1 não conseguiu entrar em contato com a Mancha Alviverde na tarde desta segunda para comentar o caso. Pela manhã, um dos diretores da organizada informou que ela vai se pronunciar sobre a morte de André Lezo na terça-feira (27).

Em nota, a federação diz que, "considerando que é dever da entidade preservar a disciplina nos campos de futebol, resolve proibir a entrada nos estádios, até que sejam apurados os fatos e os responsáveis punidos nos termos da legislação em vigor (Estatuto do Torcedor)". De acordo com a FPF, qualquer adereço que identifique a torcida organizada será proibido - camiseta, adereços e faixas - e a determinação será válida para todas as competições disputadas no estado de São Paulo.

Segundo a Margarette Barreto, o pedido de restrição de acesso aos estádios das duas torcidas foi feito apenas à Federação Paulista de Futebol e ainda não é analisado pela Justiça. Vinte e sete torcedores já estavam impedidos de entrar nos estádios. As sanções aplicadas pela federação, no entanto, são apenas administrativas.

Contra proibição

O gerente de futebol do Palmeiras, César Sampaio, esteve no enterro do jovem e disse nesta que a proibição da entrada de torcidas organizadas nos estádios paulistas pode não inibir a violência entre os adeptos.

?Os torcedores sendo proibidos de ir ao estádio pode até inibir [a violência], mas isso não inibe que eles se encontrem. Esse problema não foi no estádio, foi antes do jogo?, disse Sampaio.

Irmão detido

Um dos irmãos do estudante Andre Alves Lezo foi detido por suspeita de participar do confronto entre palmeirenses e corintianos na Zona Norte de São Paulo. O jovem Tiago Alves Lezo chegou a ser levado para delegacia e liberado após ser citado no boletim de ocorrência sobre o caso.

Ao todo, foram registrados três boletins de ocorrência no 72º Distrito Policial em decorrência da briga na Avenida Inajar de Souza. A Polícia Civil listou sete pessoas como suspeitas de agressão e outras sete como vítimas. Tiago Alves Lezo e outro jovem foram detidos em uma moto por suspeita de porte de arma.

Como a arma não foi encontrada, eles foram submetidos a exame para verificar resíduos de pólvora nas mãos. Em outro boletim complementar dos dois anteriores, o pai de Andre Lezo, que é policial militar, aparece como declarante que seu filho morreu.

Além de Tiago, outro irmão do jovem assassinado já havia se envolvido em brigas entre torcidas. Segundo a Federação Paulista de Futebol, Lucas Alves Lezo, vice-presidente da Mancha Alviverde, participou de um confronto com integrantes de uma torcida organizada do Corinthians no dia 5 de fevereiro e, por isso, foi proibido de ingressar em estádios.

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