O Ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que o governo planeja "reforçar ainda mais as equipes federais" para oferecer suporte à segurança pública na cidade e no estado do Rio de Janeiro. Ele fez esse anúncio por meio de uma postagem em uma rede social durante a noite de segunda-feira, 23 de outubro.
O comunicado do ministro ocorre no mesmo dia em que a Zona Oeste do Rio de Janeiro enfrentou um dia de violência, com a queima de 35 ônibus e um trem por ordem de criminosos, após a morte de um miliciano. O ministro disse ainda que novas decisões serão divulgadas nos próximos dias, sob orientação do presidente Lula.
Dino informou que representantes do governo federal estarão no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 24 de outubro, para se reunirem com equipes dos governos estadual e municipal, além de integrantes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
"Estamos mantendo e ampliando operações diárias no Rio, no que se refere à competência federal, com realização de prisões, investigações, patrulhamento e apreensões", escreveu Dino.
ATAQUES
Os ataques estão sendo realizados em resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, também conhecido como Teteu e Faustão, sobrinho do líder da milícia Zinho, na comunidade Três Pontes. Matheus era considerado o segundo em comando na hierarquia da milícia liderada por seu tio e morreu durante um tiroteio com a Polícia Civil.
Após o falecimento de Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, ônibus do transporte coletivo e um trem foram alvo de incêndios. Dentre os veículos incendiados, 20 pertenciam à operação municipal, 5 eram do BRT, e outros eram utilizados para fins de turismo e fretamento.
Além disso, houve relatos de incêndios em outros veículos e pneus, o que levou ao fechamento de diversas vias em bairros como Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra, Tanque e Campinho.
A polícia conduziu pelo menos 12 suspeitos de envolvimento nos ataques a ônibus para a 35ª DP, localizada em Campo Grande. Passageiros enfrentaram situações de risco, tendo que desembarcar às pressas de alguns dos coletivos momentos antes dos criminosos atearem fogo.
O governador Cláudio Castro (PL) caracterizou os ataques ao sistema de transporte do Rio como "ações terroristas" e destacou que a morte do miliciano em uma operação da Polícia Civil faz parte da estratégia para capturar os três principais criminosos do estado.