Após prisão, Rita Lee queria deixar o “dito pelo não dito”, diz PM

A corporação foi “ultrajada” pela cantora, disse a polícia.

A cantora Rita Lee. | Reprodução
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A Polícia Militar de Aracaju afirmou que mais calma após a confusão em show no sábado (28), já na delegacia, a cantora paulistana Rita Lee teria sugerido que houve erros de ambas as partes - dela e da polícia - e que "ficasse o dito pelo não dito", encerrando o caso. Durante a apresentação ela se referiu aos policiais como "cavalos", "filhos da p***" e "cachorros", entre outros impropérios. Acabou encaminhada a um distrito policial para dar explicações.

O comandante do policiamento militar de Aracaju, coronel Enílson Aragão, que coordenou os trabalhos dos 110 homens da corporação que atuaram no show disse que pretende levar o caso até o fim, já que a corporação foi "ultrajada" pela cantora.

O coronel afirma que a sua tropa foi "denegrida, vilipendiada e maculada" e garante que a PM agiu dentro dos procedimentos legais. Segundo ele, em nenhum momento houve excesso por parte dos militares.

"A polícia estava lá fazendo o seu trabalho, com patrulhas itinerantes, atentos àqueles que estavam em atitudes suspeitas e garantindo a segurança de cerca de 20 mil pessoas, assim como fizemos no sábado, quando se apresentaram a cantora Margareth Menezes e Os Paralamas do Sucesso. De repente, ela (Rita Lee) parou o show e disse que a polícia não deveria estar ali, mas sim prendendo políticos corruptos. Depois disso, ela se alterou e começou a dirigir diversos impropérios para os policiais", disse.

Aragão disse que ela tentou colocar o público contra os policiais e que isso poderia ter causado um tumulto de consequências incalculáveis. "Quando as ofensas começaram a ficar maiores houve uma ordem do comando para que fosse efetuada a sua prisão. Porém, eu determinei aos meus comandados que essa seria uma medida arriscada, por conta do público que ali estava. Assim, foi registrada uma ocorrência e tão logo a apresentação terminou ela foi intimada a dar explicações sobre as declarações", disse.

De acordo com o coronel, Rita Lee foi levada para a delegacia em veículo próprio - dirigido por um policial que conhecia o caminho - e que, acompanhada de advogado, deu as suas explicações. Foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência em que ela responderá por apologia ao uso de drogas e desacato.

"Quem deu o espetáculo foi ela e não a Polícia Militar. Durante toda a noite foram registradas apenas quatro ocorrências, cinco com a dela. Três por porte e uso de entorpecentes e uma outra por vias de fato", disse.

Quando a polícia fazia uma abordagem perto do palco, a cantora não deixou por menos. "Vai, fica ali, assiste o show. O público me desculpe, mas eu tenho paranoia. Vocês quatro aí de capacete... Vocês querem vir aqui no palco?", disse a cantora. A partir daí, começaram os palavrões. A cantora e sua assessoria foram procuradas para dar a sua versão sobre o ocorrido, mas não foram encontrados até a publicação desta reportagem.

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