Armas exibidas por traficantes do Rio de Janeiro em um vídeo que circulou nas redes sociais no começo desta semana são as mesmas utilizadas por terroristas do Estado Islâmico, segundo aponta o antropólogo e capitão veterano do Bope, Paulo Storani. Na gravação, ao menos sete traficantes comemoram a invasão de uma comunidade no Rio e dançam com fuzis e pistolas ao som de um funk.
Um dos traficantes foi identificado como Leonardo Dias Gomes, de 24 anos, mais conhecido como Léo Mingau. O suspeito faria parte do tráfico de drogas do Morro Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, zona norte do Rio, e já estaria com a prisão preventiva decretada.
No vídeo, o ex-capitão identificou ao menos cinco fuzis de calibres 762 e 223: um AK 47, dois FALs e dois Colt Comando. Segundo ele, veículos blindados das polícias Civil e Militar têm proteção balística capaz de suportar disparos desse tipo de armamento, mas essas armas causariam grandes estragos em áreas vulneráveis de aeronaves com blindagem semelhante, o que comprometeria seu funcionamento. Storani ressalta que esse tipo de armamento não é recomendado para uso policial porque também seria capaz de atravessar estruturas de alvenaria.
Esses tipos de fuzis também são utilizados pelo Exército e polícias do Rio, de acordo com Storani. Ele afirma que existe a possibilidade do armamento ter sido desviado de quartéis com conivência dos agentes de segurança ou até mesmo em ações de invasão dessas unidades militares para roubo dos equipamentos, como já teria acontecido em outros casos.
A necessidade de se autofirmar é o principal motivo apontado pelo especialista para os traficantes terem produzido o vídeo. Storani diz acreditar que os criminosos tendem a mostrar o potencial e o poder de fogo para amedrontar facções rivais, a polícia e a sociedade.