Preso desde quinta-feira (11), o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), começou a ter no final da tarde de domingo (14) o direito de tomar banho de sol. A Polícia Federal informou nesta segunda-feira (15) que ele já fez uso da prerrogativa.
Segundo as informações da Polícia Federal, Arruda saiu pela primeira vez da sala onde está preso na Superintendência da PF no final da tarde de domingo. Ele caminhou, escoltado por policiais, por cerca de quinze minutos em um pátio interno dentro do prédio onde está preso.
A PF afirmou que nesta segunda-feira Arruda ainda não saiu da sala, mas deverá fazer isso no final da tarde. Em todas as visitas que o governador afastado recebe há sempre a presença de um policial dentro da sala. Segundo a PF, nas 24 horas do dia Arruda é sempre acompanhado de um agente dentro da sala e outros fazem a segurança nos corredores.
Pela manhã, a primeira-dama Flávia Arruda foi até a Superintendência da Polícia Federal para levar o almoço do governador e foi flagrada chorando na saída do prédio.
Nessa tarde, uma amiga do governador, que não revelou o nome, levou uma bíblia para ele.
Prisão
Arruda foi preso por ser o suposto articulador de uma tentativa de suborno ao jornalista Edson Sombra, no dia 4 de fevereiro. Um dos emissários de Arruda, o conselheiro do metrô do DF Antonio Bento da Silva foi flagrado pela PF quando entregava uma sacola com R$ 200 mil a Sombra. Um bilhete escrito por Arruda e entregue a Naves seria a prova que ligaria o governador à proposta de suborno.
Segundo o ministro Fernando Gonçalves, presidente do inquérito do mensalão do DEM, a prisão do governador foi necessária diante das evidências de que ele teria tentado corromper uma testemunha. Ele argumentou ainda que Arruda deve ser afastado porque a permanência dele no governo atrapalharia as investigações.
Além de determinar a prisão de Arruda, a decisão do STJ estipulou o afastamento do governador do cargo. O vice-governador Paulo Octávio (DEM) assumiu o cargo interinamente. Octávio também é suspeito de participar do suposto pagamento de propina que envolve o governador, deputados distritais, empresários e integrantes do governo do DF.
Arruda
Desde os primeiros instantes de prisão, Arruda acionou uma equipe de advogados para tentar reveter a decisão que o privou da liberdade. Ainda na noite de quinta, os defensores do governador protocolaram um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a soltura.
Na tarde desta sexta-feira (12), depois de analisar os argumentos, o ministro Marco Aurélio Mello negou o pedido e manteve Arruda preso. A decisão final sobre o recurso ficará a cargo do plenário do STF, que deve se reunir apenas depois do carnaval.