Assassino de Lore usou dinheiro para levar mulher ao shopping

Robert Gama disse que gastou R$ 1.000 também para pagar contas de luz

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Pagar contas de energia, comprar tênis e sair com a mulher para passear no shopping. Foi com isso que o auxiliar de limpeza Robert Gama, um dos suspeitos de participar do assassinato da universitária Lore Santana Vaz, gastou os R$ 1.000 que diz ter recebido do ex-marido da jovem para sequestra-la e roubar o carro dela.

Em depoimento à polícia de Santo André (ABC Paulista), ele relatou que o comparsa Raimundo Bezerra o chamou apenas para roubar o carro da vítima, um Fiat Uno. Só depois de ter degolado a universitária, Bezerra revelou que os dois foram contratados pelo ex-marido de Lore para assassinar a jovem.

Gama diz que pegou o dinheiro do ?serviço? um dia após o assassinato da universitária. Ele recebeu R$ 1.000 das mãos de Raimundo.

? Tava [sic] precisando de dinheiro. Ficou acertado de eu pegar R$ 1.000. [...] Peguei [a grana] no outro dia com o Raimundo. Ai [sic] comprei um tênis, paguei algumas contas de energia elétrica e levei minha mulher para passear no shopping.

O auxiliar de limpeza disse estar muito arrependido de ter participado do assassinato da jovem e afirma que não teria aceitado a proposta de Bezerra se soubesse que o "serviço" dos dois era matar Lore.

Mas, na versão do funileiro Raimundo Bezerra, o valor que a dupla receberia no final da ação era de R$ 2.500.

? O Boy [Allan, ex-marido de Lore] pagaria R$ 2.500. Porém somente nos pagaria no dia posterior, já na quinta-feira. Este dinheiro foi dividido entre eu e Robert, ou seja, R$ 1.250 para cada um.

A diferença da quantia que os suspeitos dizem ter recebido para sequestrar e assassinar Lore não é a única contradição no depoimento dos dois. Bezerra relata que foi convidado por Gama a roubar o carro da universitária e que não sabia que o plano era assassiná-la. O auxiliar de limpeza já tinha um acordo fechado com Allan, na versão dele.

Gama contou aos investigadores que umas das facas usadas para intimidar a jovem foi fornecida por Allan. O objeto era do tipo que é usada para cortar carnes em churrasco, com lâmina de aproximadamente 30 cm. Ele disse, ainda, que a faca ficou com ele durante o sequestro e execução da jovem.

Depois de anunciarem o assalto, Gama contou que o comparsa assumiu o controle do carro, enquanto ele mantinha a vítima sob ameaça. Na versão do auxiliar de limpeza, foi Bezerra quem ?passou a faca no pescoço dela?.

? Comecei a falar pra ela ficar calma, [sic] de repente ela começou a se debater e tentou tirar a faca da minha mão. Ela segurou a faca da minha mão e tentava puxar de mim. Ai, ela arranhou o meu rosto e passou a faca no meu rosto. Falei pro Raimundo que ela estava pegando a faca e que tinha me cortado. Foi ai [sic] que o Raimundo pegou a faca do colo dele, e mesmo dirigindo o veículo, se virou, e passou a faca no pescoço dela.

Já Bezerra contou à polícia que foi Gama quem cortou o pescoço da universitária.

? [...] Ela [Lore] gritava e dizia que a estávamos machucando. Muito embora eu dizia para Robert parar com as agressões à faca [sic], nada fiz para impedi-las, segui dirigindo o veículo até a ocasião que avistei uma rua tranquila.

A faca menor, segundo o suspeito, foi retirada do trabalho dele, mas não foi usada. Os objetos foram jogados, ainda de acordo com o depoimento, antes mesmo de abandonarem a vítima na rua Andradina, em Santo André.

Inicialmente, o ex-marido e os dois comparsas confessaram ter envolvimento no assassinato da jovem, mas nenhum assumiu ter degolado Lore. Na última terça-feira (25), o advogado de Allan disse que ele confessou o crime porque foi coagido pela polícia. Os três continuam presos temporariamente.

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