Assediado, Bruno é celebridade na cadeia em Minas Gerais

Segundo parentes de detentos, ele tira fotos com presos e agentes penitenciários

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Afastado há um ano dos gramados e da torcida do Flamengo, time pelo qual era o número um da defesa, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, 26 anos, leva uma vida de celebridade na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte.

A reportagem apurou que o goleiro, acusado do assassinato de Eliza Samudio, é assediado por colegas de pavilhão, dá autógrafos e até mesmo posa para fotos com agentes penitenciários. ?Os carcereiros gostam tanto dele que o levam abraçado para o banho de sol?, contou um parente de um dos detento do pavilhão em que o goleiro está detido.

No dia 4 de junho de 2010, Eliza, com quem Bruno teve um filho, Bruninho, desapareceu sob circunstância ainda hoje desconhecidas. A polícia suspeita que Eliza tenha sido morta no sítio do goleiro. Ele nega. Seus advogados querem anular o processo e levar o caso, se for preciso, até o Supremo Tribunal Federal.

Atualmente, Bruno está sozinho em uma cela de aproximadamente quatro metros quadrados, com direito a uma televisão de 14 polegadas e rádio, levados pelos parentes. Ele sai do local apenas para o banho de sol, que acontece duas vezes por dia, durante duas horas. É neste momento que o goleiro treina no pátio da penitenciária, com direito a chuteiras, meião e bola oficial de futebol.

Antes de o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ser transferido de pavilhão, os dois se encontravam durante o banho de sol. Porém, eles estão sem contato há cerca de um mês pois estão em pavilhões diferentes. Bruno só pode receber visitas de quem ele autoriza - e não faltam fãs tentando ir ao local, em tentativa frustrada de ver o ídolo.

Por semana, Bruno tem direito a receber dois visitantes. Quem não falta nunca é a avó paterna de Bruno, que o criou, Estela de Souza, 79, além da dentista Ingrid Calheiros, 25, oficialmente a companheira do goleiro.

Para visitar o atleta, Ingrid passa por uma revista. Mulheres de detentos contam que ela é simpática e sempre se veste casualmente, com calça jeans e camiseta. No último sábado, 28 de maio, a dentista esteve visitando Bruno. No próximo sábado, dia 4 de junho, ela deve retornar ao local para pernoitar com Bruno. As visitas íntimas são permitidas apenas uma vez por mês.

O goleiro está na penitenciária em Contagem desde o dia 9 de julho de 2010. Ele chegou a reclamar da comida e tomou remédios antidepressivos, mas já teria deixado os remédios para conter a tristeza, há cerca de três meses, segundo pessoas ligadas ao goleiro. Geralmente ele toma café da manhã às 7h30 e almoça às 12h. Por volta de 15h, os detentos tomam café da tarde. Às 18h, eles jantam.

Saúde

Desde o ano passado, Bruno não recebe atendimento médico. No dia 12 de julho de 2010 o atleta queixou-se de tosse, gripe, vertigem e náuseas.

Ele recebeu tratamento para gripe e se recuperou. No dia 23 de setembro do ano passado, ele foi encaminhado ao Socor, tradicional hospital na região centro-sul de Belo Horizonte, para realizar uma bateria de exames. No dia 5 de outubro foi encaminhado à Policlínica de Nova Contagem, bairro da penitenciária em que se encontra. Com dores de cabeça e vomitando, ele tomou soro e teve a pressão verificada antes de retornar à prisão.

O goleiro também alegou mal-estar em audiências judiciais. No dia 6 de outubro de 2010, foi medicado e liberado da Policlínica de Ribeirão das Neves, cidade vizinha à Contagem. Posteriormente, ele foi encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, o principal hospital de Minas Gerais, na região central de Belo Horizonte. Como nada ficou constatado após os exames, retornou ao presídio.

Em audiência na cidade de Vespasiano, na Grande Belo Horizonte, no dia 7 de outubro, o goleiro voltou a se queixar de tontura, sendo atendido por um bombeiro militar no próprio local. Já no dia 13 de outubro de 2010, Bruno foi encaminhado ao Hospital Municipal de Contagem, após se sentir mal durante a audiência judicial no Fórum de Contagem.

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