O jornalista de 62 anos, acusado de matar o menino Rogério Mendonça, de 2 anos, durante uma briga de trânsito ocorrida em novembro de 2009, em Campo Grande, declarou perante o Tribunal do Júri nesta terça-feira (29) que não sabia que a criança estava na caminhonete do tio da vítima quando efetuou os disparos. ?Atirei contra o carro?, disse.
De acordo com informações da Justiça, o réu responde por homicídio, em função da morte da criança; tentativa de homicídio, em relação aos parentes da vítima que estavam no carro alvejado pelo jornalista, e porte ilegal de arma de fogo. O julgamento é presidido por Alexandre Ito, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da capital, e teve início às 8h30 (horário de MS).
Versão do réu
Durante o julgamento, o réu descreveu a ação que culminou com a morte de Rogerinho. Ele dirigia um automóvel e buzinou quando a caminhonete conduzida pelo tio de Rogerinho permaneceu parada no semáforo aberto, no cruzamento das avenidas Ernesto Geisel e Mato Grosso. Na versão do acusado, com os veículos em movimento, o tio da criança começou a ofendê-lo e a ameaçá-lo, além de ter dado fechadas.
O jornalista relata que não sabia da presença de crianças na caminhonete. No semáforo seguinte, ele e o tio da vítima desceram dos veículos e teriam discutido, momento em que o jornalista diz ter sido agredido com um tapa no rosto e revidado com um empurrão. Em seguida, ele tentou ligar para a polícia, mas teria sido impedido pelo rapaz.
Ainda segundo a versão do réu, ambos voltaram para os veículos e avançado até o próximo semáforo da avenida Mato Grosso. O acusado diz que, ao ver um gesto do tio da vítima, pensou que ele pudesse estar armado. Então, o jornalista sacou a arma e efetuou vários disparos contra a caminhonete.