O autor do livro proibido pela Justiça sobre o o caso Isabella pediu para o juiz que presidirá o julgamento do casal Nardoni para ser testemunha a partir desta segunda-feira (22). Paulo Papandreu encaminhou por e-mail ao juiz Maurício Fossen a solicitação para integrar o rol de testemunhas - 23 foram arroladas oficialmente.
No livro intitulado ?Isabella?, o médico e escritor gaúcho inocenta o casal Nardoni pelo assassinato de Isabella. Ele sugere que Isabella morreu aos 5 anos de idade no dia 29 de março de 2008 devido a um acidente doméstico: a menina teria caído sozinha da janela do sexto andar do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo.
E é essa nova versão que Papandreu pretende levar ao júri. Mas por e-mail, o autor informou que ?tudo indica que não vou ser aceito como testemunha em prol da Justiça, nem tampouco para testemunhar em sala fechada.?
Para o Ministério Público, no entanto, o que aconteceu no apartamento foi um crime e Alexandre Nardoni e Anna Carolin a Jatobá, respectivamente, pai e madrasta da menina morta, são acusados de matá-la. Segundo a perícia, Jatobá tentou esganar e asfixiar a enteada e Alexandre atirou a filha inconsciente pela janela que teve a tela de proteção rompida. Ela chegou a ser socorrida com vida, mas morreu a caminho do hospital.
Oficialmente, o casal Nardoni nega o crime: alega que um ladrão invadiu o apartamento e matou Isabella. Essa terceira pessoa nunca foi encontrada pela polícia. Apesar disso, o advogado Roberto Podval, que defende os réus, chegou a cogitar a hipótese de utilizar a tese de acidente doméstico para explicar a morte da menina no júri.
O livro de Papandreau foi proibido pela Justiça após uma ação impetrada por Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella. Segundo a advogada Cristina Christo, ela não gostou de saber que Papandreu já havia publicado e vendido cópias de uma obra sobre a morte de sua filha, com a foto dela na capa, sem ao menos ter pedido sua autorização. O G1 apurou que o que há na ação é o valor do processo, para cobrir honorários etc, que é de cerca de R$ 200 mil.
Mesmo assim, Papandreu escreveu outro livro, esse chamado ?O Limite?, no qual retrata o caso Isabella, sem usar nomes dos envolvidos.