A bala que matou a estudante Ana Cristina de Macedo, de 17 anos, no último dia 31 de agosto, durante suposta troca de tiros entre três guardas-civis municipais de São Caetano do Sul e três assaltantes de carro, saiu do revólver calibre 38 de um dos GCMs, informou nesta quinta-feira (10) a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. De acordo com a secretaria, a Polícia Civil recebeu informações do laudo de balística da Polícia Técnico Científica do Instituto de Criminalística (IC) que confirma a informação.
O G1 tentou entrar em contato com o comando da Guarda Civil Municipal de São Caetano para comentar o assunto, mas o órgão não atendeu os telefonemas da reportagem. O nome do guarda suspeito de matar a adolescente não foi divulgado pela Secretaria da Segurança.
Ana Cristina de Macedo tinha uma filha de quase dois anos, e levou um tiro na cabeça quando se escondeu atrás de um carro, ao voltar da escola, no bairro de Heliópolis, na Zona Sul da capital paulista.
O delegado responsável pelo caso, Gilmar Pasquini Contrera, titular do 95º Distrito Policial, em Heliópolis, deverá indiciar o suspeito por homicídio culposo (sem intenção de matar). Ele dará entrevista coletiva para comentar o assunto, segundo a secretaria. Em depoimento, o guarda disse ter disparado contra bandidos. Os outros dois GCMs não serão indiciados.
Durante dois dias, uma explosão de violência e indignação tomou conta da maior favela de São Paulo. A Tropa de Choque da Polícia Militar tentou conter o tumulto com bombas de gás e balas de borracha. Segundo a PM, a onda de vandalismo teria sido incitada por traficantes, em troca de cestas básicas.
Revoltadas, cerca de 600 pessoas queimaram três ônibus, dois micro-ônibus e quatro carros e entraram em confronto com a PM. A ação que durou cerca de cinco horas resultou na prisão de 21 suspeitos. Um PM foi ferido após ser atingido por uma pedra na cabeça.