A Polícia Civil de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, deteve na noite desta segunda-feira o padre Donizete Bianchi, acusado de atropelar dois motociclistas e fugir sem socorrer as vítimas.
O padre teria desrespeitado um sinal de "Pare" na avenida Potirendaba, uma das mais movimentadas da cidade, e batido contras as motos dos auxiliares André Luiz de Jesus, 28 anos, e Devair Ribeiro, que voltavam para casa ao deixar o trabalho numa construtora próxima do local.
Jesus não sofreu ferimentos, mas Ribeiro, com fraturas nas pernas e braços, está internado em estado grave no Hospital de Base, onde passa por cirurgia nesta noite.
Segundo Jesus, o padre fugiu após o acidente e foi parado algumas quadras depois por outros motociclistas que presenciaram o acidente e o perseguiram. Testemunhas disseram que o padre estava bêbado. A polícia apreendeu seis latas de cerveja dentro do Golf do padre.
"Ele estava a uns 80 km/h e não respeitou o "Pare". Quando o vi, ele não conseguia nem sair do carro de tanto que estava bêbado", disse Jesus. O delegado João Lafayette Sanches Fernandes, do 5º Distrito Policial, onde foi feita a ocorrência, disse que o padre se recusou a passar por exame de dosagem alcoólica.
Segundo o delegado, o padre, que estava acompanhado por dois jovens, disse que não dirigia o carro no momento da batida e que os motociclistas é que atravessaram o sinal amarelo.
"O problema é que não existe semáforo no local", disse o delegado. De acordo com ele, testemunhas confirmaram que o padre não respeitou o sinal e fugiu sem prestar socorro.
A advogada do padre, Carmem Cury, disse que não poderia prestar esclarecimentos hoje. "Ainda estou na delegacia e o clima está tenso aqui", disse ela.
Não é a primeira vez que o padre tem problemas com a polícia e o trânsito. Ele foi pego em dezembro de 2006, supostamente bêbado, ao chegar na Catedral São José de madrugada.
O padre entrou na contramão e foi parado por uma viatura. Segundo o registro, ao ser parado, ele discutiu com policiais e ainda aproveitou o som alto do carro para dançar uma música do grupo É o Tchan para os PMs, que o levaram para o Plantão Policial.