Um bebê divide a cela com a mãe e outras detentas há uma semana, em Tambaú, a 255 km de São Paulo. Na manhã desta quarta-feira 914), a mulher esperava uma vaga em uma instituição própria para presas que tiveram filhos, mas o nome dela ainda seguia na fila de espera. Ao todo, 37 presas se dividem em cinco celas na Cadeia de Tambaú, sendo que o espaço tem capacidade para abrigar apenas 20.
A detenta que teve o bebê está na cadeia desde novembro de 2009. ?Agora eu tenho que pagar pelo que eu fiz e ele tão novinho tem que ficar aqui comigo?, disse a mulher que teve a criança há uma semana.
O recém-nascido já sofre com a precariedade do lugar. Os banhos são dados em um espaço improvisado. A cela de quase 15 metros quadrados é dividida com outras duas presas. ?Ele chora bastante, acaba incomodando o sono à noite. Aqui não é o lugar adequado para esta criança?, afirmou uma das presas.
O delegado João Guilherme Torrens de Camargo encaminhou um pedido de transferência para o Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário. No ofício que recebeu como resposta, o hospital alega que não tem vagas. São 100 leitos e a mulher estaria na fila de espera em 13º lugar. ?Com certeza, a cadeia não é o local adequado, mas, dentro da nossa possibilidade, estamos oferecendo o que é possível?, afirmou o delegado.
A assessoria da Santa Casa de São Paulo, onde funciona o centro hospitalar, informou que acolhe de forma provisória as presas e os bebês desde que foi fechado um centro especializado na capital.
Depois que conseguirem uma vaga no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, a presa de Tambaú e o bebê precisarão ser transferidos novamente para uma cadeia feminina que tenha condições de acolher mãe e filho durante o período determinado por lei, que é de seis meses.