Bebê de 1 ano e 6 meses que caiu do quinto andar de um prédio em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, teve morte encefálica na tarde desta segunda-feira, segundo a assessoria de imprensa do Hospital Geral de Nova Iguaçu. A morte encefálica de Yure Ramos da Costa foi confirmada pelas equipes médicas de pediatria e neurocirurgia, após a realização de dois exames clínicos, por um pediatra e um neurocirurgião, e um exame de imagem, chamado de Doppler Transcraniano, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde. O bebê deu entrada no hospital em estado gravíssimo, com traumatismo craniano decorrente da queda da janela de um edifício, de uma altura de 30 a 40 metros, na madrugada de domingo, segundo a Polícia do Rio.
Segundo a polícia, por volta da meia-noite de sábado, a mãe de Yure, Bruna Ramos Gomes, 27 anos, saiu para se divertir na casa de shows Via Show, com uma amiga e deixou a criança aos cuidados do filho desta amiga, um adolescente de 16 anos, em um apartamento em Nova Iguaçu. Bruna, Yure e o pai do bebê moram em Belford Roxo, outro município do Rio. De acordo com policiais de Nova Iguaçu, o adolescente disse que já tomou conta do bebê na casa de Bruna, também para que ela pudesse ir para uma casa de eventos. O marido de Bruna e o marido da amiga dela trabalham como garçons na casa de espetáculos Via Show.
O adolescente contou que estava com o bebê no colo, sentado no sofá, que fica encostado na janela do apartamento, quando uma amiga o chamou pela janela. Ele abriu a janela, falou com ela, mas esqueceu de fechar a janela. Por volta das 3h da madrugada, o jovem teria cochilado. Foi quando o bebê teria caído pela janela, que não tem rede de proteção. O adolescente só percebeu que o bebê havia sumido por volta das 5h, quando acordou com vizinhos batendo na porta.
A polícia ouviu o depoimento de cinco pessoas: do adolescente, dos pais dele, de um policial militar e de um vizinho que encontrou Yure no chão do prédio, ferido após a queda. Este vizinho disse que ouviu um estrondo e, após constatar que se tratava de uma criança ferida caída, chamou os bombeiros e a polícia.
Segundo a polícia, Bruna só soube do ocorrido por volta das 6h30, quando chegou da casa de festas. Nem ela nem o pai do bebê foram ouvidos pela polícia. O casal está em estado de choque acompanhando a evolução do quadro clínico do filho no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. A polícia não tem previsão de quando eles serão ouvidos. Bruna deve responder por homicídio culposo por negligência. De acordo com policiais, como o pai da criança estava trabalhando, a princípio, ele não deve ser acusado de nenhum crime.