MG: Bombeiros retomam buscas por corpo de Eliza em lagoa

Os trabalhos tiveram início na quarta-feira e foram interrompidos por volta das 17h

Buscas por corpo de Eliza | Terra
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Foram retomadas na manhã desta quinta-feira as buscas pelo corpo da ex-amante do goleiro Bruno de Souza, Eliza Samudio, no Parque Lagoa do Nado, na região norte de Belo Horizonte (MG). Segundo o Corpo de Bombeiros, 21 homens - entre mergulhadores e pessoal em terra - vasculham a região desde as 8h.

Os trabalhos tiveram início na quarta-feira e foram interrompidos por volta das 17h, sem que nenhum vestígio fosse encontrado. A previsão é de que as buscas sejam concluídas até o final da tarde. De acordo com os bombeiros, a área de buscas tem cerca de 300 mil m².

Segundo o delegado Edson Moreira, responsável pelo caso, as buscas são motivadas por informações do setor de inteligência da Polícia Civil, que constatou que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos (Bola), suspeito de ser o executor de Eliza, teria se encontrado com uma pessoa na região no dia do crime.

Moreira disse ainda que as buscas servem para prestar uma satisfação à família da vítima e, caso o corpo seja encontrado, não alterará os resultados do inquérito. "A gente quer dar um conforto para a família. A materialidade do crime já está fatalmente comprovada nos autos", afirmou.

O caso

Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES