No começo desse mês, um homem com passaporte do Egito, pousou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Identificado como K.B.K.E. de 38 anos, ele havia partido do Cairo, capital egípcia, e passou por Roma na Itália, antes de enfim entrar com visto de negócios/turismo no Brasil.
Ele porém já estava sendo monitorado pela Polícia Federal, a equipe recebeu um alerta para interpretar o homem, após uma troca de informações com serviços de inteligência dos Estados Unidos. K.B.K.E tinha histórico de ligação com grupos terroristas. Segundo avaliação, sua presença poderia significar "ameaça à segurança nacional".
Não houve menção acerca de qual seria o grupo terrorista. Ao ser parado, o rapaz contou que teve a entrada recusada na Argentina e que também havia sido parado no Canadá. Ele não explicou qual o motivo da vinda ao país e por isso ainda pela noite foi repatriado de volta para Roma.
19 barrados
O mesmo aconteceu com um marroquino que chegou pelo mesmo aeroporto no dia 12 de julho. S.A.B desembarcou de um voo vindo de Buenos Aires e foi barrado pelas autoridades brasileiras. A suspeita também era de envolvimento com grupos terroristas. Pelo menos outras 17 pessoas vindas de fora do Brasil, tiveram o mesmo destino em 2023.
'Ponte' para outros países
Mesmo sem indícios de que o grupo fosse atacar o país, o Brasil serve como uma ponte para terroristas que desejam em sua grande maioria, chegar em terras norte-americanas, principalmente nos Estados Unidos. Esse ano foram repatriados cidadãos com passaportes de Bahrein, Síria, Somália, Turquia e Marrocos.
O número de tentativas cresceu em 2023, quando comparado a anos anteriores. As entradas são negadas com base em uma portaria de 2019 do Ministério da Justiça. De acordo com a norma, uma pessoa pode ser identificado como “perigosa”, desde que tenha ligações com:
Terrorismo
Grupo criminoso organizado ou associação criminosa armada ou que tenha armas à disposição
Tráfico de drogas, pessoas ou armas de fogo
Pornografia ou exploração sexual infantojuvenil
A passagem pelo Brasil serve também como uma válvula de escape. O país serve como um “seguro” caso sua ida ao Estados Unidos seja barrada, eles são repatriados para o Brasil, ao invés de seus países de origem. A ação fez com que a segurança e a troca de informações com serviços de inteligência de outros países fosse intensificada.