A jovem Amanda Refatti Viezzer, de 19 anos, moradora de Florianópolis, está presa na Itália por ter tentado entrar no país com droga, informaram nesta sexta-feira (28) a Adidância da Polícia Federal na cidade europeia e a Polícia Civil de Santa Catarina. Ela foi barrada na imigração do Aeroporto de Roma e levada para o complexo penitenciário de Civitavecchia, na mesma região.
Conforme a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas de Santa Catarina (DPPD-SC), Amanda estava com 3 quilos e 200 gramas de cocaína escondidos em um fundo falso de uma mala. A suspeita é que Amanda tenha sido aliciada para o transporte de drogas.
O advogado João Francisco Neto, que está ajudando a família no caso, disse que são levantadas provas sobre o envolvimento de uma terceira pessoa no tráfico de drogas. Ele afirma que a jovem foi vítima da situação.
A família chegou a comunicar o desaparecimento de Amanda no último sábado (22). Na mesma data, conforme a Polícia Civil, a jovem foi presa. Ela deve responder por tráfico internacional de drogas, com pena de dois a seis anos.
De acordo com a delegacia, uma advogada do consulado do Brasil na Itália está em contato com a família de Amanda. Segundo a DPPD-SC, tanto a polícia italiana quanto a brasileira estão envolvidas no caso, mas as investigações estão em sigilo.
Ainda co nfomre a Polícia Civil, somente em 2017, duas mulheres e um homem de Santa Catarina foram presos na mesma situação em aeroportos internacionais, aliciados pelo tráfico de drogas.
'PASSADO COMO ESCUDO'
“O passado dela e a vida modesta que leva, neste momento, servem como escudo. Todas as pessoas que a conhecem não conseguem acreditar no que aconteceu”, disse Francisco Neto.
O advogado ainda falou que Amanda tem “uma família muito sólida” e nenhuma relação de uso ou comercialização de drogas. A DPPD-SC confirmou que Amanda não tem boletins de ocorrência registrados no Brasil.
Francisco Neto disse estar em contato direto com uma advogada na Itália, que será responsável por cuidar dos trâmites legais. A versão de Amanda sobre o fato ainda não é de conhecimento do advogado.
Desaparecimento
Amanda foi retida na imigração do aeroporto de Roma e a família, que mora em Florianópolis, disse ter falado com a jovem na quarta-feira (26).
Os familiares disseram que Amanda tinha viajado para fazer um curso de italiano, que ela é aeromoça e queria se tornar piloto de avião. O Ministério de Relações Exteriores informou que está a par da situação e que o consulado brasileiro está dando todo o apoio necessário à família.
À NSC TV, a família disse que a polícia italiana estava investigando grupos que aliciam jovens para prostituição e que foi informada que Amanda teria o perfil de uma potencial vítima.
Quando desembarcou em Roma na última sexta-feira (21), Amanda faria uma escala para seguir para Veneza, destino final da viagem. Sem contato com a jovem e sem saber o que estava acontecendo, a família e os amigos no Brasil pediram ajuda nas redes sociais.
"Eu vou pra lá para ficar um pouquinho com ela, né? Porque assustou. Mas ela vai continuar lá. Vai continuar o curso dela lá", disse a mãe da jovem na quarta-feira. Amanda e a família são do Rio Grande do Sul.