Durante uma escala à bordo de um navio de luxo, na cidade de Marselha, costa do Mediterrâneo francês, quatro jovens brasileiros foram presos, no início deste mês. As três mulheres e um homem levavam quase 100 quilos de cocaína, avaliadas em cinco milhões de euros, cerca de R$ 26,7 milhões, segundo as autoridades francesas.
Com idades entre 26 e 31 anos, os brasileiros, que não tiveram os nomes divulgados, viajavam como turistas e influencers em suas redes sociais. Eles estavam à bordo do navio Costa Favolosa, que deixou o Brasil no dia 18 de abril. Em depoimento, eles admitiram que haviam sido convidados a serem “mulas” para o transporte de droga pela facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com a imprensa francesa, a prisão ocorreu quando o navio fez uma escala na cidade portuária de Marselha, localizada no sul da França. A polícia havia desconfiado do comportamento de um casal de brasileiros que estavam se passando por namorados. Eles haviam saído do navio com uma mala grande e quando se depararam com os policiais, voltaram imediatamente para o navio.
Uma hora depois, a jovem fez nova tentativa de desembarque, carregando consigo apenas uma mochila. Ao ser abordada, jogou a mochila no mar, após algum tempo de procura, as autoridades recuperaram a mochila, onde encontraram 8,4 kg de cocaína. Depois, durante uma revista à cabine ocupada pela brasileira, encontraram um recibo de reserva de um segundo quarto, onde os policiais localizaram o suposto namorado e mais malas com cerca de 86,4 kg de cocaína debaixo da cama.
A cabine estava em nome de outras duas mulheres brasileiras, que já não estavam mais presentes no navio, os oficiais esperaram que ambas retornassem para que fossem presas. Após quatro dias de custódia, confessaram que haviam sido recrutadas em São Paulo, capital, para realizarem o transporte da droga, com todas as despesas pagas. Também afirmaram, em depoimento, que duas malas já tinham sido levadas para um apartamento alugado em Marselha, através da empresa americana AirBnb.
A polícia francesa não encontrou droga nos apartamentos informados pelos brasileiros. O porto de Marselha é considerado porta de entrada de drogas procedentes de países como América do Sul, México e Estados Unidos, distribuídas na Europa e norte da África. Entre os últimos anos, as autoridades francesas reforçaram a vigilância, equipando a polícia portuária com sensores e cães treinados para rastrearem drogas.