Briga por fazenda de Chitãozinho vira caso de polícia

O engenheiro agrônomo José Azevedo Baptista registrou queixa contra o cantor

Briga por fazenda de sertanejo | Divulgação
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Na madrugada de domingo, o engenheiro agrônomo José Azevedo Baptista, 58 anos, registrou queixa de ameaça contra o cantor sertanejo José Lima Sobrinho, 54 anos, o Chitãozinho, da dupla com Xororó, e dois homens que se disseram "amigos" do cantor. Na sexta-feira, os dois homens o teriam expulsado da sede da fazenda Galopeira, em Mozarlândia, a 313 km de Goiânia, da qual seria dono de 25%. O cantor é dono dos outros 75% da propriedade.

A assessoria de imprensa de Chitãozinho informou que o assunto se refere a sua vida particular e que ele não comenta sobre isso com a imprensa. Disse também que o assunto tem sido tratado na esfera judicial, onde vai permanecer.

Baptista teria chamado a Polícia Militar, mas não esperou pela chegada dos policiais na fazenda. Quando a polícia chegou, não encontrou mais ninguém na propriedade. De acordo com o escrivão Gilmar da Costa, os dois homens que teriam expulsaram o engenheiro seriam policiais militares de Goiânia.

A suposta expulsão ocorreu um dia depois de o juiz Liciomar Fernandes, da comarca de Mozarlândia, ter expedido mandado autorizando Baptista a entrar na fazenda. O engenheiro foi ao local com um amigo e dois oficiais de Justiça, para o cumprimento do mandado.

Por volta de 22h, dois homens chegaram e alegaram que o engenheiro poderia ficar em qualquer parte da fazenda, menos na sede, pois, segundo eles, os 25% não incluiriam a casa principal. De acordo com a denúncia, os dois estavam armados e ameaçaram usar força física para expulsar Baptista e o amigo da sede."Eles disseram que se eu não saísse, iam moer minha cara. Eu fui humilhado", disse Baptista.

Na quarta-feira, o juiz voltou a emitir um novo mandado, desta vez detalhando que Baptista tem direito a 25% de tudo que há dentro da propriedade, que tem 430 alqueires. "Então ele tem direito a estar na casa-sede também. De tudo ali, 25% é dele", disse o juiz.

Na manhã desta quinta-feira, novamente acompanhado de oficiais de Justiça, o engenheiro foi até a fazenda, onde recebeu a chave da sede. À noite, em entrevista ao Terra, ele disse que vai permanecer lá, mas em alerta por medo de receber novamente a visita dos dois homens. "Qualquer barulho eu me assusto, mas vou permanecer aqui. Estou no meu direito", disse.

Baptista começou a trabalhar em 1999 como gerente de negócios da fazenda, que era apenas de Chitãozinho. Em 2005, ele teria adquirido 25% da propriedade por R$ 1 milhão. "Ele havia se separado da esposa e passou por dificuldades financeiras, então me propôs a sociedade. Eu relutei no começo, mas ele insistiu. Para mim era um ótimo negócio, ótimo demais", disse Baptista.

Dois anos depois, o cantor entrou na Justiça questionando a sociedade e pedindo a reintegração de posse. Chitãozinho questiona a falta do pagamento da última parcela da compra, de R$ 115 mil, e proibiu a entrada de Baptista no local.

"Eu não paguei os R$ 115 mil porque desde que me tornei sócio dele, o Chitãozinho vendeu várias coisas lá e nunca me passou nada. Pelas minhas contas ele estava me devendo mais de R$ 190 mil naquela época. Ele tira R$ 25 mil por mês da fazenda nestes últimos 3 anos e eu nunca recebi um tostão", afirmou Baptista.

A ação foi considerada improcedente em primeiro grau e a decisão foi confirmada na segunda instância, no Tribunal de Justiça (TJ). Chitãozinho, então, entrou com um recurso especial junto ao TJ, que ainda não foi julgado.

Segundo o juiz Liciomar Fernandes, ao aceitar analisar o recurso, a Justiça não suspendeu o direito de posse de Baptista. Ele explica que o engenheiro requereu a execução provisória das decisões de primeiro e segundo graus até o julgamento do mérito da ação. "Enquanto não for julgado o recurso, continua o José Baptista dono de 25% de tudo que houver naquela propriedade", disse o juiz.

Baptista disse que nunca procurou a imprensa por não querer prejudicar a carreira de Xororó. "Ele não tem nada a ver com isso. O Chitão no começo me atendia, mas começou a me enrolar e há uns dois anos passou a me proibir de entrar na fazenda. Eu não quero nada além do que é meu de direito. Eu quero que seja respeitado o contrato. Só o que está no contrato", disse.

Sobre a suposta ameaça, o escrivão da delegacia de Mozarlândia disse que ou o engenheiro tem de representar contra o cantor ou o Ministério Público tem de pedir que a delegacia tome as providências com relação à investigação. Os homens que teriam expulsado Baptista não foram identificados.

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