Bruno não cede material para DNA

Edson Moreira afirma que deu apenas “boas-vindas” a Bruno.

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O goleiro Bruno e outros dois suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio foram orientados, por advogados, a não ceder material genético para as investigações. A afirmação foi feita pelo delegado Edson Moreira, um dos responsáveis pelas investigações em Minas Gerais, em entrevista nesta sexta-feira (9).

Na manhã desta sexta, depois de deixar a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), Bruno, seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, também conhecido como Bola, chegaram ao Departamento de Investigações de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Do DI eles seguiriam ao Instituto de Criminalística para colher material genético. Segundo a polícia, os suspeitos não são obrigados a fazer o exame.

De acordo com a Polícia Civil, o material genético dos suspeitos seria comparada aos vestígios de sangue encontrados no carro de Bruno. O veículo foi apreendido durante um blitz, em 8 de junho, por problemas com documentação.

Ainda durante a entrevista, Moreira afirmou que, em seu primeiro contato com Bruno, deu as boas-vindas ao jogador. "Dei as boas-vindas para o Bruno, disse que ele estava em Minas Gerais", afirma. Ele disse ainda que não falou muito com o jogador. "Não consegui falar com ele porque os advogados tomaram quase todo o tempo", diz.

Segundo Moreira, não há data definida para o depoimento de Bruno. "Devido ao tumulto de ontem, resolvemos não entrevistá-lo. Temos agora 30 dias, a contar da prisão." O delegado afirma que nenhum dos três suspeitos falou à polícia e eles não estariam cooperando com as investigações.

Eliza está desaparecida desde o início do mês de junho, e já é considerada morta pela polícia. Segundo a polícia, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é suspeito de ter executado a jovem. Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno no ano passado e tentava provar, na Justiça, a paternidade do filho de 4 meses, que seria do jogador. Bruno também é suspeito de envolvimento no crime.

Advogados de defesa

Bruno e outros cinco suspeitos de envolvimento no sumiço de Eliza são representados pelo advogado Ércio Quaresma. Entre seus clientes, apenas o goleiro, Macarrão e Dayane Rodrigues, a mulher de Bruno, estão presos. Os outros três - Flávio Caetano, Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza - estão foragidos, segundo o advogado, por orientação dele próprio.

Para o delegado, o trabalho de investigação está sendo "bombardeado" pela defesa. "Estamos sendo totalmente bombardeados, mas trabalhamos dentro da lei. Estamos aqui para investigar e nossa função é defender a sociedade. A função do advogado é defender o cliente dele. Ainda assim, vamos continuar trabalhando e tentar prender os foragidos", afirma.

Quaresma afirma que não irá representar o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, apontado pela polícia como executor do assassinato de Eliza Samudio. O advogado deve sugerir um outro defensor.

Computador de Eliza

Um computador pessoal de Eliza, entregue à polícia por uma amiga, será encaminhado à perícia. De acordo com Moreira, fotos e conversas gravadas pela jovem serão analisadas. "Ainda não tive tempo de olhar tudo, mas o que tiver importância para as investigações será extraído e anexado aos autos."

Buscas pelo corpo

As buscas pelo corpo de Eliza Samudio foram retomadas, nesta sexta, em sítios na cidade de Esmeraldas (MG). "Precisa saber primeiro se ainda há restos mortais. Há várias maneiras de ocultar um corpo", afirma Moreira. Os sítios vistoriados seriam o de Bruno e um imóvel alugado por Bola.

A polícia procura por vestígios do suposto assassinato de Eliza, como restos da mala que teria sido queimada dentro de uma cisterna.

Por causa falta de cooperação de Bruno, Macarrão e Bola nas investigações, Edson Moreira afirma que não há previsão de encaminhar os três suspeitos aos dois sítios.

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