Bruno perde benefício de trabalhar na penitenciária após enviar carta a programa

A Seds também informou que a punição é temporária e que Bruno está recolhido em sua cela

Bruno | Divulgação
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A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou, nesta sexta-feira (13), que o goleiro Bruno Fernandes não poderá trabalhar na faxina na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde está preso há dois anos. De acordo com o órgão, o atleta, réu no processo sobre morte e desaparecimento de Eliza Samudio, cometeu um ?erro disciplinar? ao enviar uma carta, por meio de seu advogado, a um programa de televisão local. O defensor Rui Pimenta confirmou que recebeu a mensagem de seu cliente e a entregou ao apresentador do programa nesta quinta-feira (12).

A Seds também informou que a punição é temporária e que Bruno está recolhido em sua cela, com direito a apenas duas horas de banho de sol. Nesta segunda-feira (16), o goleiro será ouvido, para encaminhamento de sua defesa à Comissão Disciplinar do Complexo Prisional, que determinará o fim do recolhimento em cela ou o prazo de extensão da medida.

Segundo a secretaria, as correspondências precisam passar por um departamento específico, para registro e conferência do conteúdo da mensagem. A direção da unidade também notificará a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o caso.

Carta para Macarrão

A última edição da revista ?Veja? publicou outra carta de autoria do goleiro, segundo a defesa de Bruno. O texto, que era endereçado a Luiz Henrique Romão, o Macarrão, citava um "plano B". Os advogados Rui Pimenta e Francisco Simim visitaram o jogador nesta segund-feira (9) na Penitenciária Nelson Hungria, quando o jogador confirmou a autoria e explicou o teor da mensagem.

"O que o Bruno quis ressaltar é que assumir o "plano B" era uma obrigação do Macarrão, porque o Macarrão havia traído Bruno quando sumiu com a Eliza", justificou Pimenta. Segundo o advogado, Eliza foi morta sem o consentimento do jogador. Pimenta alega que a carta foi redigida em novembro do ano passado e veio a público com o final apagado, dando margem a distorções. Ele afirmou que, no trecho final Bruno disse ter escrito: "Macarrão, você tem realmente que assumir este crime porque eu não posso pagar por sua traição. Eu não mandei você sumir com a Eliza", relatou.

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que a carta escrita pelo goleiro não consta nos registros de correspondências enviadas e recebidas por detentos da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Seds, o atleta disse, em depoimento na unidade prisional nesta segunda, que pediu para outro preso entregar a mensagem ao amigo. A Seds informou ainda que a penitenciária dará continuidade ao procedimento de apuração para checar como a carta saiu da unidade prisional. As informações levantadas serão remetidas à Justiça.

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