Em interrogatório na manhã desta quinta-feira (11), o goleiro Bruno se referiu ao menor apreendido por envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza como um psicopata. ?Ele tem distúrbios mentais e uma pessoa que inventa o que ele inventou é um psicopata?, disse.
A juíza voltou a perguntar sobre a denúncia de que delegados teriam torturado réus na fase de inquérito. O goleiro respondeu que não sofreu agressão. ?O delegado Edson Moreira não me agrediu, mas me ameaçou?, falou o goleiro.
O goleiro, no início da sessão, se comprometeu a dizer a verdade e disse que responderia apenas às perguntas feitas pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues .Segundo o jogador, ele não vai responder ao que for perguntado por advogado de outros réus e nem pela promotoria. Ele alega que não colaborou com a polícia na fase de inquérito, porque ?a polícia queria apenas que ele confirmasse a versão do menor?.
Sobre a gravidez de Eliza Samudio, Bruno afimrou que ajudava a ex-namorada financeiramente e que nunca pediu que ela abortasse. Segundo o goleiro, ele pediu apenas que ela fizesse o teste de DNA para comprovar a paternidade.
Abertura da audiência
Na abertura da sessão para interrogar o goleiro Bruno sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues disse que está ?convencida da materialidade o crime?, por isso mantém os réus presos. A magistrada disse isso ao indeferir pedido para que ela se afastasse do caso, feito pelo advogado Wasley César de Vasconcelos. Ele teria alegado que a juíza estaria agindo de modo parcial no caso. Ela contestou o argumento.
A audiência é realizado no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Antes de começar a interrogar o réu, a juíza atendeu a um pedido da defesa e concedeu 30 minutos para que o advogado Ércio Quaresma se reunisse com o Bruno.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), nesse tempo, Quaresma teria mostrado um vídeo ao jogador. O conteúdo do material não foi informado. Também atendendo a uma solicitação de Quaresma, a juíza não autorizou que o réu fosse fotografado dentro da sala de audiência.
Depois do interrogatório de Bruno, o previsto é que Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, seja interrogado. Os dois estiveram juntos na sala logo na abertura da sessão, quando a juíza leu a denúncia oferecida pelo Ministério Público.
Entenda o caso
O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.
O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro respondem na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos é o único que responderá por dois crimes. Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.
A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.