Câmeras corporais dos policiais militares baleados após serem desarmados por um suspeito na quinta-feira (1º), durante uma abordagem na Zona Leste de São Paulo, ajudaram na identificação do homem, o qual foi preso ainda no mesmo dia.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), o soldado Cleison Santos de Matos, que teve o rosto atingido, ainda está internado na UTI do Hospital das Clínicas, com sedação leve. Já o soldado Robert Castro de Abreu está consciente e segue medicado, com cirurgia prevista para a próxima terça-feira (6) para retirada do projétil.
"A equipe médica aguarda a redução no inchaço no maxilar para que sejam avaliados qual o melhor procedimento cirúrgico a ser adotado, assim como a extensão dos danos decorrentes do tiro em sua face”, diz a nota.
O CASO
Na quinta-feira (1º), os policiais militares faziam uma ronda pela rua Antônio Coutinho, na zona Leste de São Paulo, em policiamento de rotina. Por volta de 8h30, os PMs abordaram uma dupla. Um deles, menor de idade, foi apreendido. Durante a revista, o soldado Matos pegou um celular que estava com Dario Gabriel Costa Viveiros, e começou um diálogo.
Minutos depois, durante o confronto, o menor fugiu. Dario Gabriel, depois que atingiu os PMs, fugiu pela rua, entrou numa casa, onde roubou roupas para continuar a fuga. As câmeras corporais dos policiais, obtidas pelo Fantástico, ajudaram na identificação do autor dos disparos.
CONFIRA DETALHES:
Atirador: tá constando alguma coisa, senhor, nesse celular?
Policial: tô verificando aqui.
Policial: vou jogar a real com você. O celular está constando um BO. aqui. Você vai segurar esse BO. ou você vai colocar na conta do moleque?
Policial: vou falar a real pra você, irmão. Falar com papo de homem.
Atirador: eu queria trocar umas ideia, senhor. De verdade. De homem. Papo reto de homem mesmo, senhor.
Policial: papo de homem, você tá fazendo suas correria e eu estou fazendo meu trampo. Tá tudo gravado desde a hora que eu te abordei.
Em seguida, o policial afirma que levará o suspeito para a delegacia, e ele terá que explicar sobre o aparelho furtado. Dario indica que o adolescente que estava ao lado seja levado ao DP e não ele.
Atirador: o senhor pode levar ele, então, no meu lugar?
Policial: não. O celular tava com quem?
Atirador: senhor, o celular tava comigo, senhor.
Policial: então pronto, mano. então segura teu bo. Você é sujeito homem.
Atirador: senhor, mas é o seguinte, eu mesmo não roubei esse celular. Pelo amor de Deus.
Policial: tá bom, então.Você vai chegar lá, você explica pro delegado.
Atirador: pelo amor de Deus, senhor. Eu tenho família. Pro senhor entender, eu sei que o senhor tá gravando, pelo amor de Deus, senhor, me dá uma oportunidade, mano.
Policial: que oportunidade...
Atirador: o menino tá aqui do meu lado. Ele pode segurar o celular, senhor .
Policial: é o seguinte: você vai de boa? Ou vou ter que te algemar?
Atirador: eu vou de boa.
Atirador: vamos trocar umas ideia? Calma aí, senhor.
Policial: Não tem que trocar ideia não, mano
Atirador: calma aí, não precisa me segurar, não, que eu não vou correr.
Policial: precisa, sim, eu vou te meter a algema. Eu tô trocando ideia de boa.
Em seguida, o PM pede para o parceiro abrir o porta-malas da viatura. Neste momento, Dario Gabriel diz tenta correr, e é agarrado pelos policiais. São cerca de 15 segundos de embate entre os três. Além das câmeras corporais, uma outra de segurança na rua também registrou a fuga de Dario, até que ele pega a arma de um dos PMs e atirar ao menos cinco vezes.