A humilhação e a impotência após ser agredido dentro de uma boate em Copacabana, na Zona Sul do Rio, são os principais sentimentos do cantor David Alvarez, 24 anos, um dia após ser abordado enquanto fumava no interior do estabelecimento.
Segundo o dono da boate Fosfobox, o empresário Cabbet Araújo, as agressões foram confirmadas por imagens das câmeras do local. O cantor, que inspirou o ator Marcelo Serrado a compor o personagem Crô, da novela ?Fina estampa?, disse que o agressor é um dos próprios seguranças da boate.
?Você se sente humilhado. Está ali para se confraternizar com os amigos e de repente vem um cara, te aborda e te agride. É pesado, você se sente impotente. Sei que não estava fumando no local certo, mas se ele chegasse e falasse, eu sairia sem nenhum problema?, afirmou David, que vai ao Instituto Médico-Legal (IML) no início da tarde desta quarta-feira (2) fazer exame de corpo de delito.
Quanto às medidas judiciais que tomará, o cantor afirma que só vai ter uma posição após conversar com seus advogados. ?Vou encontrar meus advogados mais tarde, para saber o que vou fazer. Não sei se vou processar a boate e a empresa de segurança, ou se vou processar a empresa de segurança junto com a boate, que já reconheceu as agressões?, ressalta David.
As agressões aconteceram na madrugada de terça-feira (1°) e foram tão violentas que, segundo David, chegou a perder a consciência em determinado momento. ?Só tentava me defender das agressões e, em algum momento, perdi os sentidos. Só fui acordar lá fora, sem saber direito o que tinha acontecido?, explica o músico. Em função dos socos e pontapés que levou, David ficou com a região dos olhos bastante ferida. ?Não estou enxergando totalmente de um olho, mas o médico acredita que não fique com sequelas. Vou ter que acompanhar para ver como vai ficar?, diz o rapaz.
De acordo com ele, o que mais espera agora é uma resposta da Justiça. ?Espero que as coisas caminhem e que isso não fique impune?, afirmou David, ressaltando que está feliz com a solidariedade que vem recebendo através das redes sociais.
Delegado espera imagens para identificar agressor
Já o delegado adjunto da 12ª DP (Copacabana), Alexandre Magalhães, disse que vai aguardar as imagens do circuito interno para saber se vai indiciar o segurança por lesão corporal ou por mais algum crime. ?Vou ver as imagens para saber se houve alguma outra intenção com as agressões?, explicou o delegado.
De acordo com Magalhães, as imagens da boate já foram solicitadas e o gerente da casa noturna já foi intimado para prestar depoimento. ?Até o momento o agressor ainda não foi identificado, mas tudo encaminha para que isso seja feito rapidamente?, afirmou o delegado, destacando que o depoimento do representante da casa noturna e as imagens sejam suficientes para esclarecer o que aconteceu no local.
No entanto, com a possibilidade de não identificar o agressor através das imagens, o delegado pode convocar a vítima para fazer um retrato falado. Segundo Magalhães, a expectativa é que até quinta-feira (3) haja alguma definição sobre o caso.
O dono da boate disse que pretende processar a empresa de segurança que foi contratada para o serviço.
"Nós vamos procurar os nossos advogados junto com os advogados dele e em conjunto vamos entrar contra essa empresa, pois nós também estamos sendo lesados. Nós contratamos a segurança para nos proteger, e não para nos agredir", disse Cabret Araújo ao Bom Dia Rio. O empresário disse que viu as imagens da câmera do circuito interno e confirmou que houve a agressão. Ele também afirmou que vai prestar assistência ao cantor.