Um capitão da Polícia Militar em Santos, no litoral de São Paulo, é suspeito de agredir uma designer, de 24 anos, e um fotógrafo, de 22, durante uma abordagem em um tradicional bairro da cidade. O caso é acompanhado pelo comando da corporação, que não descarta eventuais punições administrativas e judiciais ao policial.
A designer relata que a praça estava vazia. "Do nada, esse moço, que até então nós não sabíamos que era policial, foi em nossa direção. Ele estava com uma roupa comum. Ironicamente, ele me nos disse que iria pedir educadamente para que a gente parasse de fumar e me deu um tapa na cara", relata a jovem.
A versão é confirmada pelo amigo, o fotógrafo, que prefere não se identificar. "Ele bateu nela antes de a gente esboçar qualquer reação. Em seguida, eu tomei um soco também". A partir daí, o relato é que eles tentaram conter o homem, que, ainda segundo os amigos, voltou a agredí-los e também passou a ameaçá-los.
"Não tinha como conter porque o cara é enorme. Meu outro amigo (o designer) tentou afastá-lo, mas não conseguiu. Aí ele virou e nos disse: "vou quebrar vocês três", relata a moça. O trio, então, se afastou. Neste momento, a designer disse que o policial a surpreendeu com chute, que a fez cair no chão, gerando vários ferimentos.
Uma viatura da polícia, parada nas proximidades, foi a referência de ajuda que eles tiveram no momento. "Mas, antes de a gente chegar até ela, o cara que estava batendo na gente virou pra mim e disse que se me visse novamente me daria um tiro na cara. Eu fiquei em choque quando ouvi isso", relata.
Os dois policiais que estavam na viatura os atenderam, mas ainda segundo a versão do trio, os soldados se recusaram a deter o suspeito apontado como agressor. Ele foi visto entrando em um carro, junto com uma mulher, que o acompanhava. “Ela viu tudo e não fez nada”, disse a designer.
O fotógrafo relata que, então, eles foram submetido à revista pessoal. Com ele, os policiais encontraram 2 gramas de maconha e, por isso, o levaram para a delegacia. “A gente entende que fumar (maconha) é crime, mas nada explica o que aconteceu. Nós ficamos sem acreditar”, diz.