Na noite desta quinta-feira (7), o goleiro Bruno Fernandes vai conhecer sua sentença, no Fórum de Contagem, na Grande BH. Antes, a acusaçao e defesa vão debater por nove horas a participação do réu na morte de Eliza Samudio para tentar convencer os jurados sobre a intenção e mando do atleta no crime.
O promotor Henry Vasconcelos, do Ministério Público de Minas Gerais,afirmou que o testemunho de Bruno não pode ser considerado uma confissão, já que apenas afirmou que foi omisso e aceitou a morte de Eliza. O jogador não deverá ser beneficiado com um pedido de redução de pena.
? Vou pedir a pena máxima! Bruno nao confessou, não há um único traço de confissão. O que ele fez foi afirmar que aceitou a morte. Como mandante, conhecia toda a trama que garantiria sua impunidade. Sem trocadilhos, ele continua no bico do urubu.
Lúcio Adolfo, advogado de Bruno, discorda e espera pena de até 10 anos, o que tiraria o jogador da cadeia até 2016.
? É possível ser visto como réu confesso, mas com participação diferenciada. Vai ser a primeira tese da defesa, que teve participação na morte, mas com menor importância.
Confissão
No terceiro dia de julgamento, marcado pela expectativa do depoimento do goleiro,o réu culpou o braço-direito Luiz Henrique Romão, o Macarrão, pela morte de Eliza, executada por Bola e jogada aos cães. O jogador ainda afirmou que não sabia do plano de assassinato da ex-amante e disse ter sido informado dos detalhes pelo primo, menor na época, Jorge Luiz Rosa.
De acordo com Bruno, Macarrão teria contratado o ex-policial civil sem a permissão do goleiro. O jogador disse ainda que poderia ter evitado a morte de Eliza, mas tinha medo de Bola. No depoimento, que durou cerca de seis horas e meia, Bruno se recusou a responder cerca de 50 perguntas feitas pelo promotor, Henry Vasconcelos. Ficou em silêncio durante todo o momento.