O auxiliar de produção Lindemberg Alves, preso em Tremembé (a 147 km de São Paulo) por atirar contra a ex-namorada Eloá Pimentel há quase um ano, se diz arrependido do crime, segundo a advogada de defesa dele. Ana Lúcia Assad disse por e-mail à reportagem do R7 que, na cadeia, enquanto espera o julgamento, Lindemberg trabalha e frequenta duas igrejas (católica e evangélica).
Nesta terça-feira (13), faz um ano que o ex-namorado de Eloá, movido por ciúmes, entrou no apartamento da jovem, em Santo André (Grande São Paulo), e a manteve refém por quatro dias. A polícia diz que ele batia nela durante o cárcere privado. Após longa negociação com a polícia, acompanhada de perto pela imprensa, o rapaz atirou na cabeça de Eloá, que morreu no dia 18 de outubro. Lindemberg deverá ir a júri popular pela morte da jovem em 2010, estima a promotoria.
A defesa de Lindemberg diz que a rotina dele no presídio é "igual a de qualquer outro preso" e que ele divide a cela com outros detentos. Ana Lúcia nega que o acusado tenha recebido tratamento psiquiátrico. O ex-namorado de Eloá recebe visitas quinzenais da família. Questionada se ele se arrepende, a defensora escreveu ?sim, apenas do que efetivamente fez?, sem explicar o que ele reconhece ter feito. A defensora negou pedido de entrevista feito pela reportagem, mas respondeu perguntas por e-mail.
A tragédia mudou a rotina da família da jovem, de Nayara (a melhor amiga também feita refém e alvo de um tiro disparado por Lindemberg) e de vizinhos do prédio. Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, até hoje precisa de tratamento médico e, só recentemente, conseguiu retornar ao trabalho em uma creche. Parentes reclamam do assédio da imprensa e afirmam tentar reconstruir a vida após a morte da adolescente.
A estudante Nayara se recusa a falar sobre o assunto. Os vizinhos do prédio onde Eloá morava também foram marcados pela tragédia. O R7 voltou ao local do crime e ouviu de moradores que eles não conseguem vender seus apartamentos. Até mesmo emprego já foi negado a quem vive no local.
Edna Araújo, moradora do apartamento de número 22 e amiga da família, disse que, até hoje, a família dela não consegue dormir direito, tamanha a violência presenciada. Ela diz que, sem sucesso, já tentou por diversas vezes vender o apartamento para deixar para trás as más recordações.