Caso Heloísa: pai releva que teve de depor com filha na mesa de cirurgia

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a detenção dos três agentes que participaram da operação, porém, o pedido foi rejeitado

Willian da Silva e filha Heloísa de 3 anos | Gabriel de Paiva / Agência O Globo
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Willian da Silva, de 28 anos, pai da menina Heloísa, morta em uma ação da PRF, no Rio de Janeiro, revelou que sentiu-se intimidado ao ser procurado pelos agentes da Polícia Rodoviária Federal, para prestar depoimento, enquanto a filha estava prestes a passar por uma cirurgia. A criança morreu na manhã do último sábado (16), após nove dias internada. 

O Ministério Público Federal (PRF) também deve investigar as atividades de 28 policiais na unidade médica naquele dia. Uma tia relatou que eles teriam supostamente tentado intimidar. Quando minha esposa tentou argumentar, disseram a ela que, se a menina tivesse que morrer, eu não poderia fazer nada. Nesse momento, me senti pressionado, revelou o pai.

Heloísa foi atingida por um disparo em 7 de setembro, quando um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) efetuou um tiro em direção ao veículo em que ela se encontrava, no Arco Metropolitano, perto de Seropédica, O sepultamento da menina ocorreu no domingo. 

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O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a detenção dos três agentes que participaram da operação, porém, o pedido foi rejeitado pelo juiz da 1ª Vara Federal Criminal na segunda-feira.

ENTENDA A ORDEM DO FATO

Após nove dias internada, Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, atingida por disparos na coluna e na cabeça durante uma abordagem realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), veio a falecer na manhã deste sábado (16), por volta das 9h22. A criança estava internada desde o dia 7 de setembro quando ocorreu o incidente. 

Na quarta-feira (14), a Secretária de Saúde de Caxias havia divulgado um boletim informando que Heloísa enfrentou uma parada cardiorrespiratória durante a madrugada. Após um período de seis minutos, a equipe médica conseguiu reverter a situação, porém o estado de saúde permaneceu extremamente crítico.

A criança estava hospitalizada na unidade de Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A menina estava no veículo da família, acompanhada dos pais, de uma tia e de uma irmã, quando disparos foram efetuados contra o automóvel.

A INVETSIGAÇÃO 

Diante dos desdobramentos, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Justiça a prisão preventiva dos três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na tragédia que resultou na morte de Heloísa dos Santos Silva

O procurador Eduardo Benones fez um pedido de prisão para os agentes Fabiano Menacho Ferreira, que confessou ter efetuado os disparos, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. Este requerimento foi apresentado na noite de sexta-feira (15), antes do falecimento de Heloísa.

Na petição, Benones alega que 28 agentes da PRF compareceram ao hospital imediatamente após o incidente, em uma suposta tentativa de intimidar a família. Ele também destaca que um dos agentes, à paisana, conseguiu acessar a área de emergência pediátrica e conversar com o pai da menina.

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