Chefe da maior milícia do RJ! Conheça Naval, o herdeiro do império de Zinho

Naval assumiu o controle das operações da milícia, se tornando o principal comandante armado do grupo, com centenas de fuzis sob seu controle

Naval teria arrendado o controle das comunidades para um miliciano de sua confiança | Reprodução
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Paulo David Guimarães Ferraz da Silva, mais conhecido como "Naval", de 31 anos, é o atual líder do grupo paramilitar que comanda as comunidades da Favela de Antares e do Aço, ambas localizadas em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele assumiu a liderança da maior milícia do estado após a morte de Rui Paulo Gonçalves Estevão, o "Pipito", que era o braço direito de Luís Antônio da Silva Braga, o "Zinho". Pipito morreu em junho deste ano durante um confronto com a polícia. Zinho, que liderava o grupo, se entregou à Polícia Federal em dezembro de 2022, deixando a milícia sob o comando de Naval.

Investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE) revelam que Naval assumiu o controle das operações da milícia, se tornando o principal comandante armado do grupo, com centenas de fuzis sob seu controle. Ele chefia as comunidades do Barbante, Vila Carioca, Antares e Rola, embora existam outros líderes locais que o auxiliam.

Antes de ascender ao comando geral, Naval já era responsável pelos negócios da milícia na Favela do Barbante, em Campo Grande. Após uma reunião entre os líderes do grupo, ele foi autorizado a expandir seu domínio para as comunidades que antes eram controladas por Pipito. No entanto, optou por não assumir o comando diretamente, preferindo administrar à distância.

Extorsão, pedágio e venda clandestina

Conforme a investigação, Naval teria arrendado o controle das comunidades para um miliciano de sua confiança, garantindo para si uma fatia dos lucros gerados pelas atividades ilegais, como extorsão de taxas de segurança, cobrança de pedágios de vans e kombis, e venda clandestina de sinal de TV a cabo. Segundo o delegado João Valentim, da Draco-IE, Naval coloca seus homens de confiança para explorar os negócios e, em troca, recebe uma parte significativa dos lucros.

Naval é considerado um homem de guerra da milícia e de extrema confiança dos irmãos Braga — Carlos Alexandre Braga, o "Carlinhos Três Pontes", e Wellington da Silva Braga, o "Ecko" — ambos mortos em confrontos com a polícia em 2017 e 2021, respectivamente. Ex-fuzileiro naval, habilidade que lhe rendeu o apelido "Naval", ele é reconhecido por sua perícia no manuseio de armas.

Ele também é um dos principais suspeitos do assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o "Jerominho", apontado como fundador da milícia Liga da Justiça, grupo que mais tarde evoluiu para o Bonde do Zinho. Além de Naval, outros quatro milicianos foram indiciados pelo crime: Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho; Rodrigo dos Santos, conhecido como "Latrell"; Matheus da Silva Rezende, o "Faustão"; e Alan Ribeiro Soares, o "Nanã" ou "Malvadão".

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