Chefe de milícia leva tiro após briga, vai para hospital e é preso

Ele permanece internado, mas tão logo se restabeleça, a Secretaria estadual de Segurança vai pedir à Justiça o envio de Toni para um presídio federal.

Chefe de milícia leva tiro após briga, vai para hospital e é preso | Marcelo Theobald / Reprodução
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O ex-policial militar Toni Ângelo de Souza Aguiar foi preso por policiais do 40º BPM (Campo Grande) na madrugada desta sexta-feira, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, após trocar tiros com um agente penitenciário e ser ferido. Ao ser levado supostamente por seguranças particulares para o Hospital Oeste D?or, no mesmo bairro, Toni foi preso por policiais que tomaram conhecimento da ocorrência. Ele permanece internado, mas tão logo se restabeleça, a Secretaria estadual de Segurança vai pedir à Justiça o envio de Toni para um presídio federal, a exemplo dos demais milicianos de peso presos.

O tiroteio ocorreu após uma discussão entre Toni e o agente penitenciário Anderson Terra, morto no local por seguranças do miliciano. De acordo com a polícia, oito homens faziam a sua proteção.

Após um bate-boca, Toni acertou um soco em Anderson, que já caiu no chão atirando e o acertando. Em seguida, Anderson recebeu tiros de diferentes direções, todos vindos da segurança do miliciano.

Segundo testemunhas, ele foi levado para o hospital pelos seguranças, mas a polícia ainda investiga se realmente foi isso que ocorreu. O serviço 190 da Polícia Militar recebeu uma ligação avisando sobre o ocorrido, e policiais do 40º BPM teriam iniciado uma busca pelos hospitais da região, até encontrarem Ângelo no Oeste D"or.

Agora, a polícia quer saber o motivo da desavença dele com Anderson Terra, que era filho de outro miliciano, o ex-policial militar Júlio César de Oliveira dos Santos, conhecido como Julinho Tiroteiro, preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Apontado pela polícia como o chefe do maior grupo miliciano no Rio, Toni tinha mandados de prisão pelos crimes de homicídio, formação de quadrilha e extorsão. Expulso em 2009 da Polícia Militar ao ser flagrado armado no estacionamento de um shopping em Campo Grande, ao lado de outros milicianos, Toni controlava o maior grupo miliciano da cidade, que explorava atividades ilegais em Campo Grande, Inhoaíba, Santíssimo, Realengo, Bangu, Padre Miguel e Cosmos, bairro onde o ex-PM mora atualmente.

Considerado hoje inimigo do grupo do ex-vereador Jerônimo Guimarães, o Jerominho, miliciano condenado e preso também em Porto Velho, Toni é o atual chefe do grupo que um dia foi comandado pela família Jerominho ? além do vereador, estão presos seu filho, Luciano Guinâncio, e o ex-deputado estadual Natalino Guimarães, seu irmão.

Toni assumiu a milícia após a prisão de Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman. Na eleição de 2012, tornou pública uma guerra até então velada, ao ameaçar de morte, seguidas vezes, a então vereadora Carminha, herdeira política de Jerominho que não conseguiu a reeleição. Por trás da ameaça, estava a disputa pelo controle da milícia, uma guerra vencida pelos que optaram por Toni.

Em frente ao Hospital Oeste D"Or, onde Toni está internado, a segurança do local foi reforçada. Pelo menos quatro viaturas da Polícia Militar e duas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, estão no acesso à unidade.

Dentro do hospital, cerca de dez agentes da Core estão nos corredores e próximos ao CTI do terceiro andar. Parentes do miliciano também estão na unidade.

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