‘Cheguei a pensar que ia perder a visão’, diz aluno agredido em trote

Calouro só pôde ir ao hospital três horas após ser ferido, em Ipameri, GO

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Um estudante do curso de agronomia da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Ipameri, na região sul de Goiás, foi parar em um hospital após o trote realizado no Parque Municipal, em frente à instituição de ensino, no último dia 13. O calouro, que preferiu não se identificar, foi atingido no olho por tinta. Mesmo machucado, ele foi obrigado a continuar na ?brincadeira? por três horas. ?Cheguei a pensar que ia perder a visão?, afirmou.

O calouro contou que a festa para recepcionar os novos estudantes foi violenta. ?Eles te obrigam a ingerir bebida alcoólica, rasgam sua roupa, tem agressões verbais?, lembra. O estudante comentou ainda que, no momento em que foi agredido, o olho dele ficou roxo. ?Eu não estava enxergando quase nada?, ressaltou. Segundo o jovem, os olhos dele ainda estão vermelhos e ardendo.

Veteranos que estudam na UEG afirmaram que o trote para os calouros de agronomia e engenharia florestal já é uma festa tradicional na universidade. Além disso, argumentam, participa quem quiser, pois ninguém é obrigado. ?Antes de acontecer o trote, é passada uma lista, onde os alunos que querem participar assinam. Ninguém é arrastado pra ir até lá?, conta a estudante Samara Oliveira.

O diretor do campus da UEG de Ipameri, Adilson Pelá, afirmou que a instituição reprova totalmente esse tipo de atitude. ?Deve existir integração, mas de maneira mais organizada, civilizada?, pondera.

A agressora é uma aluna do 4º semestre de agronomia. O diretor da UEG informou que a jovem pode ser expulsa da unidade de ensino. ?É uma forma de conscientizar todos de que há um limite e essas brincadeiras estão passando desse limite?, ressalta.

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