Em um estacionamento situado lado do Banco do Brasil, no bairro Tabuleta, em Teresina, é onde nasce a maior reclamação de clientes por causa dos abusos de flanelinhas. Alguns membros da categoria asseguram que boa parte dos companheiros age de forma errada.
Dominando toda a área com a oferta dos seus serviços, eles intimidam e ameaçam os proprietários de veículos. Alguns, sob efeito de droga, escolhem as mulheres para atacar e pedirem mais dinheiro. Quando elas não aumentam o valor, eles ficam chateados e começam os insultos e agressões.
O incômodo não é só das mulheres. ?Não é a primeira vez que a gente sofre esse tipo de problema. Eu fico chateado porque nós não temos a obrigação de pagar. Eles têm um tom ameaçador. Se fosse com uma mulher seria mais difícil porque elas não têm como se defender.? diz um cliente.
Os flanelinhas tentam driblar até mesmo os seguranças. Um deles, que não foi identificado, aponta as imprudências. ?Eles incomodam demais. Eles chegam a riscar os carros e ameaçam os clientes. A maioria deles não trabalha certo.?
Alguns têm a coragem de denunciar os próprios companheiros de trabalho. ?Eu vejo muitos aqui que ficam com muita raiva dos clientes por causa do valor que eles dão. Eu não sei o porquê disso! Os caras querem ganhar muito mais do que devem!?, afirmou um dos flanelinhas que atuam na região.
A ousadia vai mais além, é o que afirma um flanelinha do Recife (PE) que espera juntar dinheiro para voltar para casa. ?40% é tudo vagabundo, que ficam pegando o dinheiro para usar droga e depois ficar agredindo os clientes.?
A lei 6.242 do ano de 1945 regulariza a profissão de flanelinha. Todos os que pretendem essa atividade devem ser cadastrados na Delegacia Regional do Trabalho. ?Nós apresentamos um Projeto de Lei para que Teresina tivesse esse controle. Mas esse estudo não foi realizado pela prefeitura. Esse é um controle que deveremos ter com certeza. Eu tenho esse compromisso. No momento que controlamos, nós evitamos problemas para a população.?, afirmou o vereador e coronel, Edivaldo Marques.
Para o capitão Raul, do 1o Batalhão, a população precisa ajudar a polícia no combate à prática ilegal. ?Essa profissão não é regulamentada. As pessoas devem procurar a policia e registrar um BO. A grande maioria não procura a polícia. Na constatação da ocorrência, a gente desloca uma viatura até o local e se houver, as providências são tomadas.?